“…basta ser humano… basta ter sentimentos… basta ter coração…basta…”
Hoje acordei assim… cansada!!! Preciso saber falar e calar… sobretudo saber ouvir. Me identifiquei muito com um texto da Nathalí Macedo…
Acordei um pouco cansada. Cansada de segurar o choro, de contar as novidades, de sorrir para parecer que está tudo bem. Cansada de ser forte.
Dormi nua. Tirei as roupas e as máscaras junto com elas, mas precisei de as voltar a colocar pela manhã; umas calças meio rasgadas, uns sapatos confortáveis e um disfarce de pessoa feliz, feliz a tempo inteiro. Alguém que tem a obrigação de ser agradável.
Passei a pensar demasiado sobre o mundo. Isso é um pouco arriscado porque passamos a entender demais e uma vez desvendadas certas coisas, não dá para voltar atrás. Talvez a ignorância seja mesmo uma bênção, não nos apercebermos da crueldade com que eventualmente o mundo é capaz de nos tratar.
Acordei um pouco cansada das minhas próprias escolhas. Apenas por hoje não quero decidir absolutamente nada (açúcar ou adoçante, kizomba ou rock’n roll, bom dia ou foda-se?).
Não quero ser compreendida. É só mais uma obrigação que dá imenso trabalho. Apenas por hoje, não me vou esforçar para ser amada ou para agradar aos outros. Que nada seja dito ou pensado a meu respeito: hoje só me resta existir.
Acordei um pouco perdida em relação aos smartphones, às pessoas, à confusão urbana que estranhamente se confunde com a minha própria confusão. Não vou escolher uma playlist: toquem o que quiserem. Não vou pensar sobre as pessoas: sejam exatamente o que quiserem. Hoje, apenas por hoje, não quero conclusões.
Quero passar despercebida, como numa capa de invisibilidade mágica. Quero quase não existir até conseguir ajustar-me a esse medo de ser eternamente desajustada. Não quero prazos ou compromissos ou sorrisos ou explicações. Apenas por hoje quero coexistir passivamente e sem qualquer indício de indignação. A minha alma precisa de férias.
Preciso de férias já…
Cansaço… como demoramos a nos perceber, não é mesmo? Passamos mais tempo longe de nós mesmos, fora de si, nas regras alheias, nos horários e compromissos teceiros…
Cansa sim…pensar demais cansa e por isso destaquei sua frase onde diz:
“Talvez a ignorância seja mesmo uma bênção, não nos apercebermos da crueldade com que eventualmente o mundo é capaz de nos tratar”.
Na grande maioria dos casos precisamos cruzar uma vida inteira para, somente na reta final, compreendermos que o que realmente importa é a nossa vontade, o nosso querer. E que esse egoismo não tem nada de ruim se ele não fere o bom senso. Dizer “não” é tão difícil para uns, e agora falo por mim. Dizer não para outrém parece nos paralizar a razão. O sim, quase automático, ao contrário, vem sempre embalado pela emoção. Parece que a satisfação dos outros tem, por alguns instantes, maior importância que a própria… soltamos o sim caridoso e bondoso, trancamos o não malévolo e egoista.
Contrariados, nessa luta interna entre a razão e a emoção, optamos geralmente pelo auto-abandono, por deixar a própria vontade de lado. Aproveitando seu tema, isso também me cansa. Aliás, cansou-me por longos anos, tornando-me sempre “depois” quando, na verdade, precisava ser “agora”. O abandono do “eu” apoiado na ideia do “dever” satisfazer o próximo acima de mim mesmo. Cansei de tanta moral cristã, de tanta peseudo ética social. Cansei de mim mesmo por colocar-me sempre no fim da fila, deixando as prioridades dos outros passarem a frente.
Verobos como: ceder, doar permitir, atender, perdoar, aceitar entre outras pregações “cansaram minha beleza” como se diz no populacho.
Por isso saúdo seu texto, que significa um tanto disso para mim. Tem grande pesar e ainda hoje me põe em luto de mim mesmo por tantos não(s) silenciados e tantos sim(s) cansados.
Obrigado pelo seu pensamento enriquecedor.
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Perdão, acabei deixando escorregar pequenos erros de digitção como “pseudo” por exemplo. Mas cansei disso também, auto avaliar-me o tempo todo…hehehehehe
Boas festas de fim de ano e se cansar, não desista!
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Talvez assim já comece a tirar suas férias da alma! Boas festas… Abraços
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Quero férias sem data pra voltar… Cansei!Hoje… amanhã só me resta existir. Às vezes percebemos que basta de muitas coisas que nos tornam “abandonados do eu”… de nós mesmos! Liberta-nos de tanta coisa, Custa mas aprendemos com o tempo. Nathalí Macedo nos prestigiou com está linda crônica que me retrata muito bem… Obrigada pela sua visita meu amigo. Que em 2018… essa canção seja meu lema. Abraços
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