AIDS… VEM AUMENTANDO O NÚMERO DE CASOS EM MULHERES COM MAIS DE 50 ANOS NO BRASIL.

Sexo-terceira-idade“Precisamos discutir que as mulheres de 50 anos (e mais) estão ocupando mais espaços, estão empoderadas. Mas, paradoxalmente, elas não têm comando sobre a sua vida sexual. Além disso, precisamos discutir as vulnerabilidades acrescidas de alguns grupos, como o das mulheres negras pobres.” Georgiana Braga-Orillard

Sim elas conhecem varias formas de evitar a contaminação da doença, mas ainda assim há muita resistência em relação aos métodos da camisinha masculina e a feminina… Esta geração sempre usaram a pílula anticoncepcional e bastou.  A falta de proteção não aumenta apenas os riscos de se contrair o HIV, mas das doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis também… Precisamos mudar urgente esta situação. Leiam o que este artigo fala sobre “um estudo do aumento do número de casos de AIDS nesta faixa etária nas mulheres”, muito interessante.Collage of an elderly couple sharing good moments together on aNão têm a cultura de usar a camisinha! Sem o risco de engravidarem, muitas optam hoje ainda por não usar preservativo durante a relação sexual e acabam infectadas por HIV. Ou acabam cedendo aos parceiros por acreditar que estão menos expostas ao risco simplesmente porque reduziram sua atividade sexual. Engano!

Entre 2004 e 2013, três grupos etários de mulheres registraram aumento de detecção de Aids no Brasil: adolescentes, de 15 a 19 anos, com crescimento de 10,5%; mulheres de 55 a 59 anos, com 24,8%; e, acima de 60 anos, a maior taxa no período, de 40,4%. Nas demais faixas etárias, houve queda ou estabilidade. Os números são oficiais e constam do Boletim Epidemiológico HIV-Aids, de 2014.

Só em 2014, foram 13,7 detectadas com Aids para cada 100 mil mulheres. Entre as de 50 a 54 anos, o número foi bem maior: de 20,4. Entre as que têm de 55 a 59 anos, ficou em 18,1, também acima da média nacional. Apenas entre as que têm 60 anos ou mais, a taxa foi menor, de 6,7 por 100 mil. Absurdo que poderia ser evitado.

Dra. Valéria Gomes do Hospital do Fundão: “Raramente tínhamos pacientes com HIV/Aids nessa faixa de idade. Mas, de dez anos para cá, esse quadro mudou. / Fotos: Ana Lúcia Araújo

“A geração com mais de 50 anos não tem o hábito de usar o preservativo. Elas viveram uma fase em que a pílula anticoncepcional era largamente usada e, por isso, acreditavam já ter proteção suficiente para evitar a gravidez. Não tinham preocupação com as doenças sexualmente transmissíveis nem da AIDS. Além disso, são de um tempo em que não havia educação sexual nas escolas”, afirma Valéria Ribeiro Gomes, médica infectologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (da UFRJ, na Ilha do Fundão) e professora de infectologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj.

“Às vezes, as pessoas pensam que, por serem mais velhas, têm menos chance de se infectar. Precisamos insistir que HIV/Aids não tem cara. É preciso se “prevenir”, resume Luiz Fernando Cabral Passoni, médico do Serviço de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) e do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião.

“A sexualidade das mulheres mais velhas ainda é tabu e, por isso, elas têm vergonha de negociar o uso do preservativo com seus parceiros. Elas precisam ter instrumentos e incentivo para cuidar melhor da sua sexualidade”, afirma Georgiana Braga-Orillard, diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) Brasil. Ela destaca ainda que tem havido aumento do número de testagens no país, o que, indiretamente, também produz um número maior de diagnósticos. Veja aqui a lista de Centros de Testagem Anônima no Rio.

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“Existe uma falsa ideia de que se a pessoa é mais velha ela tem menos risco  e está mais protegida”, diz a diretora da Unaids, lembrando que o Brasil, nos últimos anos, tem investido mais em acesso a medicamentos e testagens, mas precisa avançar nas políticas de prevenção. Georgiana Braga-Orillard, Unaids.

“As políticas não são voltadas para esse público e hoje sabemos que a mulher de 50 tem uma vida sexual ativa. Há um número maior de mulheres de mais idade em novas relações, como por exemplo as divorciadas, e, por isso, é preciso negociar o uso do preservativo”, afirma Georgiana Braga-Orillard.

É necessário mudarmos esta realidade urgente. O que você acha disso?

Se você quiser saber mais veja: http://mulheres50mais.com.br/aids-cresce-entre-mulheres-acima-de-50/

10 comentários sobre “AIDS… VEM AUMENTANDO O NÚMERO DE CASOS EM MULHERES COM MAIS DE 50 ANOS NO BRASIL.

  1. Muito triste isso acontecer com as mulheres a cima de 50 anos,não é por falta de informação,muitas não aceita outros métodos de prevenção e acaba acontecendo isso.Eu achando que a Aids é mas pra esses jovens que não aceita ouvir com atenção informações sobre prevenção,ótimo texto Bia.

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