Sextou! Que nosso fim de semana seja de alegria e descontração. Então, vamos começar com um texto super gostoso da incomparável Marta Medeiros.
PUDIM
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido.
Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí, a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de ‘fácil’).
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em ‘acertar’,
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação…
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão…
Às vezes dá vontade de fazer tudo ‘errado’. Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
‘Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora’…
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do ‘Law and Order’, uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago .
Lindo dia❤
Belíssimo post… Mas, a Damares a de censurá-lo.. rsrsrsrsrsrss
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Marta sempre coloca no papel o que eu gostaria de falar, com leveza e sinceridade. A Damares pode até censurar… mas deve pensar assim também rsrsrs. Bom final de semana. Abraços
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😂😂😂
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Kkkkk…verdade gosto muito de pudim também
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Bem, Bia, falando de doces, também, acho ridículo os pedacinhos servidos, e busco todos os pedações. Realmente, também, tenho preocupações e muitas do que os outros vão pensar, e muito tem me atrapalhado tudo isso, vez que outra passo por cima, mas na maioria não. Aqui em especial com a fotografia. Abraços.
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Embora eu fique tentada a comer mais um pedação… combino comigo que é só nos finais de semana. As vezes dá certo Mauroms. Sobre o que os outros vão pensar… já ultrapassei esta barreira, levou 60 anos pra isto acontecer rsrsrs. Bom final de semana. Abraços
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AMEI!
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Obrigada Luciana.
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Muito bom!
Acho que à medida que os anos passam vamos cada vez mais directas ao assunto e procurando o que nos apetece realmente. Seja qual for o “pudim”!
O tempo vai ensinando a não protelar…
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Com certeza Dulce, vivendo e aprendendo… envelhecendo nos traz a leveza da vida. Escolhemos aquilo que nos traz prazer e paz. Bom domingo. Abraços
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