MULHER DE 50 ANOS.

Envelheci devagar, sem perceber… com tanta naturalidade que o tempo não me incomodou. De repente acordei e tinha 50, depois veio logo os 60 anos e continuo seguindo… É engraçado que não sinto que mudei muito… alguns pontinhos aqui, outros acolá… já eram esperados, quiçá me assustaram. Até melhoraram. Ainda bem que estamos envelhecendo com muita mais vitalidade, cheia de sonhos, propósitos e felicidade do que foram nossos avós… Ah! A minha mãe já foi um pouco diferente, bem a frente de sua época, enxergando a vida maravilhosamente… herdei isto dela😉 este seu olhar otimista e cheia de bom humor em relação tudo na vida. Por isso me identifiquei tanto com este texto:

Eu sei que no imaginário popular uma mulher de 50 anos é quase uma idosa, está vários quilos acima do peso, tem dor na coluna, sofre com calores, insônia e talvez depressão, as pernas têm varizes e o olhar já perdeu aquele brilho de quem espera muito da vida. Mas o que eu vejo no espelho é tão diferente de tudo isso que não me canso de citar Rita Lee que, num momento inspirado, viu-se como parte da primeira geração de mulheres que chega aos 50 sem referências. Afinal, nossas mães e avós não nos servem mais de parâmetro.
Gosto de ver a passagem do tempo por três porta-retratos que tenho num móvel da sala. Em cada um deles, uma foto minha nos aniversários de 30, 40 e 50 anos. Ah, como esses retratos falam de mim…. Ou será que sou eu que me recordo exatamente de quem eu era em cada uma dessas idades? O que sei é que a foto de que mais gosto, a que me acho mais bonita, mais segura e feliz é a última. Sabe quando de repente tudo na sua vida começa a fazer sentido? Você se recorda dos momentos mais difíceis e vê que as decisões que tomou – e depois se arrependeu amargamente – eram, na verdade, as corretas…

Aos 50 anos, eu finalmente aprendi que, no amor, mais vale escolher que ser escolhida. Tornei-me melhor observadora e descarto sem dramas o que não me interessa, o que não vai acrescentar. Não tenho mais tempo nem paciência para o que não combina comigo…Se estou fechada? Só para a superficialidade das relações…
O desapego começa a fazer parte de minhas escolhas de forma sistemática e consciente, e passei a dar mais valor às experiências que aos bens materiais… Então, de repente, a ansiedade foi se desfazendo e trazendo mais calma e paz ao meu dia a dia. O desapego nos dá asas.
O medo do futuro também está diminuindo. Se me deparo com um dilema, uma situação complicada, recorro ao meu arquivo de lembranças e logo vejo que já enfrentei momentos em que tudo parecia insolúvel… Começo a ansiar pela mudança, pois me sinto curiosa para o que o futuro me reserva e preparada para ele… Você não só está na melhor fase da sua vida, como é a primeira geração a experimentar isso.‌(by Ana Cristina Sampaio Alves)

Veja também: https://oterceiroato.com/2020/09/04/nada-me-impedira-de/

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