Ela não chega com delicadeza… e quem a espera de mãos vazias, sente o peso da dependência. Prepare-se. Tenha algo guardado, um teto seguro, um carro à disposição. Mas acima de tudo: que tudo isso seja seu. Porque envelhecer com dignidade exige autonomia. Não reescreva seus bens. Não confie cegamente que alguém cuidará de você como você cuida de si. Seja leve: menos posses, mais paz. Quanto mais coisas você tem, mais elas te exigem… e, se não perceber, passam a te possuir. A arte de viver é uma habilidade rara. É saber dormir profundamente, comer com prazer, rir com liberdade — e não se deixar consumir pelas preocupações. Lembre-se: neste mundo, nada é realmente nosso. E quanto menos pertencermos às coisas, mais livres seremos por dentro. A verdadeira prisão é a do apego. E a liberdade começa quando aprendemos a viver com o essencial.
Maturidade acalma. Traz sossego. Nos livra de melindres. Gente madura olha nos olhos. Não faz chantagem emocional nem sufoca com suas carências. Gente madura compreende, não cria caso, não age pra atingir nem faz uso de indiretas. Aliás ser maduro é ser direto, objetivo. É respeitar a opinião alheia pois quer que a sua também seja respeitada. É aprender com os erros, ao invés de paralisar com eles. É ouvir mais do que fala e escutar com atenção, pois é assim que procede o aprendizado. Gente madura ri de si mesma pois sabe que o sorriso é a chave para muitas portas que a vida nos apresenta. Sabe que o bom humor é chique, que gente feliz brilha, sem precisar de Sol. E sabe também que alegria de verdade não se forja, se exercita com as próprias dificuldades da vida. Gente madura sabe o que é ser feliz. Anda devagar, por que já teve pressa e percebeu que ela não é só inimiga da perfeição. Gente madura sabe que a pressa faz passar despercebido o que realmente nos ilumina o coração.
Que jamais, em tempo algum,o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver. Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.
Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde.
Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção.
Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro.
Que a chuva caía de mansinho em seus campos…
E, até que nos encontremos de novo…
Que os Deuses lhe guardem na palma de Suas mãos.
Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora…
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Gostei muito deste texto… me trouxe algumas reflexões. Leia:
Viver muito sempre foi, por séculos, uma raridade quase mítica. Era coisa de avó centenária que conhecia a cura das doenças no cheiro do mato, ou de personagem de romance russo, desses que morriam em São Petersburgo, sob a neve, citando Aristóteles em voz embargada. Longevidade era exceção. Agora virou estatística. Vivemos mais. Isso é fato. A medicina avançou, os antibióticos viraram gente da casa, o colesterol passou a ser vigiado como se fosse um criminoso reincidente. A expectativa de vida subiu, e com ela a ideia, quase ingênua, de que bastaria durar para que tudo desse certo. Mas viver muito não é a mesma coisa que viver bem. E é aí que começa a grande arte. Porque a verdade é que a longevidade chegou antes do manual de instruções. Achávamos que envelhecer seria como alcançar um mirante: olhar para trás com serenidade, cruzar os braços sobre o próprio legado, saborear os frutos de uma vida bem vivida. Mas a velhice, como a infância, exige cuidados diários, e também alguma poesia. O corpo, esse velho cúmplice, começa a dar sinais de que o tempo passou. As juntas rangem como portas de armário antigo, os reflexos hesitam, os músculos se retraem. Mas não é só o corpo que envelhece: às vezes o mundo ao redor também se torna estranho, distante. Os amigos partem, os filhos se dispersam, as calçadas ganham degraus invisíveis. E de repente, o que mais dói não é o quadril, é o silêncio.
E então vem ela: a queda. Não só a queda literal, essa que acontece no banheiro, no degrau da padaria, na pressa inocente de atravessar a rua. Mas a queda simbólica: do entusiasmo, da autonomia, da autoconfiança. A queda de uma imagem de si mesmo que antes era firme, decidida, ágil. A queda de um modo de viver que não se encaixa mais no corpo que agora abriga a alma com mais cuidado. A Organização Mundial da Saúde diz que um terço dos idosos sofre uma queda por ano. E essa queda pode ser o primeiro passo de uma jornada difícil: fraturas, cirurgias, internações, perdas, de mobilidade, de independência, de ânimo. Mas veja bem: não se trata de um alerta sombrio. Trata-se, aqui, de um chamado amoroso à reinvenção. Porque o envelhecimento também pode ser reinício. E preparar-se para ele é como preparar um jardim: exige tempo, presença, escolhas. É preciso cultivar força, sim, não para carregar sacos de cimento, mas para levantar-se da cadeira com leveza e poder abraçar um neto sem receio de tombar. É preciso elasticidade, não só nos músculos, mas nas ideias. E é preciso algo ainda mais raro: gentileza consigo mesmo. Não se trata de negar a velhice. Ela chega, queira-se ou não, com suas rugas e suas lentidões, com seus esquecimentos charmosos e suas manias de repetir histórias. Mas há velhices e velhices. E há aquelas que florescem, porque foram cuidadas, porque tiveram sol e sombra, porque foram vividas com afeto, com liberdade, com algum humor. Sim, o humor. Ele é, talvez, o músculo mais importante a ser mantido. Porque rir de si mesmo, das gafes, das perdas de memória, do tropeço nas palavras, é um jeito de desarmar o tempo. O velho ranzinza é um clichê injusto, há velhos encantadores, que dançam bolero na sala com o ventilador ligado e o cachorro olhando desconfiado. Que tomam vinho com moderação e sorvete sem culpa. Que, aos oitenta, aprendem a usar o celular, e ainda erram, mas riem do erro. A longevidade, quando bem-vivida, é como uma tarde longa e luminosa. Daquelas em que o sol demora a ir embora e o tempo parece suspenso entre uma lembrança e outra. Não é preciso correr. Nem competir. Basta estar inteiro: corpo e alma em compasso. É isso que propomos aqui: um olhar amoroso para o futuro que já chegou. A velhice não precisa ser sinônimo de decadência. Pode ser plenitude. E envelhecer bem não é luxo, nem sorte, é construção diária. Com passos firmes, com gestos suaves, com a força das pernas e o riso no rosto. Com o cuidado do corpo, sim, mas também com a ternura da memória. Porque o segredo não é apenas viver muito. É fazer da longevidade uma arte íntima, uma coordenação delicada entre o tempo e o desejo. E que, ao final, quando chegar a noite, a gente possa dizer, com lucidez e com alegria
— “Foi bom ter vivido tanto. Mas foi melhor ainda ter vivido bem.”🙏♥️☀️🙌🏼
A minha forma favorita de ir de Londres 🇬🇧 a Paris 🇫🇷, é o trem de alta velocidade Eurostar, que é também a maneira mais rápida e barata… Atualmente vou da estação 🇬🇧 St. Pancras à estação 🇫🇷 Gare du Nord em 2 horas e 15 minutos, viajando a velocidades de até 300 quilômetros por hora… e/ ou vice-versa.
Quando você considera as viagens de ir para o aeroporto, procedimentos de segurança complexos e tempo de espera até a decolagem, voar entre as estas duas capitais não é necessariamente mais rápido, nem mais barato… muito pelo contrário.
Já os trens da Eurostar partem e chegam bem no centros das cidades, tornando muito mais fácil deslocar-se e iniciar a nossa aventura urbana!
Dicas:
Como chegar e embarcar de Londres:
♥ O Eurostar sai da estação Internacional St. Pancras, que fica no centro de Londres, e chega na Gare du Nord, no norte de Paris.
♥ O check-in para o Eurostar é feito com 90 minutos de antecedência e a viagem leva 2 horas e 15 minutos. Você deve chegar com antecedência para fazer os procedimentos da imigração e segurança tranquilamente.
Importante: sobre o controle de passaporte:
🌐 Como o Reino Unido não faz mais parte da Unidão Européia, você terá de fazer os procedimentos de imigração para entrar na França. Mas, ao contrário do que acontece quando a viagem é de avião, a imigração é feita antes do embarque, já na estação St. Pancras. Portanto chegando em Paris 🇫🇷, é só desembarcar e sair da estação, sem burocracias.
🌐 Da mesma forma, para voltar para Londres é na estação Gare du Nord que é feita a imigração para entrada no Reino Unido. Por isso, tenha em mãos todos aqueles documentos necessários para imigração, mesmo que você tenha ido passar só um dia em Paris e tenha deixado sua bagagem em Londres.
♥ No trem Eurostar, as passagens custam a partir de £52 por trecho para a classe Standard, desde que adquiridas com antecedência. O esquema de preços de passagens é similar ao das empresas aéreas: é alocada uma certa quantidade de passagens mais baratas e à medida que vão sendo vendidas, os preços vão aumentando.
♥ No Eurotrem, cada adulto pode levar – sem pagar nada a mais por isso – 2 volumes com até 85 cm de comprimento e sem limite de peso (desde que você consiga carregar está OK) e ainda 1 bagagem de mão.
♥ As passagens do Eurostar de Londres para Paris são vendidas com até 190 dias de antecedência, então se você se planejar, terá grandes chances de conseguir um bom preço.
O Eurostar oferece três classes de passagem: Standard, Standard Premier e Business Premier.
Os trens circulam de 5:40 às 20:30, com uma ou duas saídas por hora.
♥ Para o Check- in: O código de barras impresso abrirá a catraca de acesso à sala de embarque, semelhante à do metrô, que é o check-in do Eurostar. É só passar o código de barras na leitora.
♥ Embarque: Aproximadamente 20 minutos antes da hora da partida, é feito o anúncio do embarque indicando sua plataforma. Como a sala de embarque fica embaixo das plataformas você sobe por meio de esteiras rolantes, diretamente para a plataforma em que o trem está estacionado.
♥ Bagagens: Nas extremidades dos vagões há lugares especiais para malas grandes ou, para quem viaja light, a bagagem pode ser acomodada no guarda-volumes em cima das poltronas, ou próximas a você, se o trem não estiver cheio.
♥ Pra comprar o que comer: Há duas lanchonetes em vagões (8 e 9) do trem. Você pode também levar sua comida ou bebida, não há restrições quanto a isto.
♥ Como é atravessar o Eurotúnel? São em média 35 minutos de travessia dentro do túnel, sendo bem rápido este trecho do túnel 😳. O restante da viagem tera paisagens belíssimas da área rural e um pouco das cidades. O Channel Tunnel (ou “Chunnel” como é carinhosamente conhecido) é um túnel que liga Folkestone na Inglaterra a Calais, na França. O túnel é o maior túnel submerso do mundo, com 50,45 km de extensão total, dos quais quase 38 km sob a água. No ponto mais profundo, o eurotúnel está a 75 metros, do fundo do mar.
🌐 Estação St Pancras, em Londres
Inaugurada em 1868, a estação St Pancras em Londres é considerada uma das mais belas estações ferroviárias do mundo. É um exemplar singular da arquitetura Gótica Vitoriana na Inglaterra e foi em parte projetado pelo famoso arquiteto britânico Sir George Gilbert Scott. À maravilha da arquitetura, junta-se a ousadia da engenharia inglesa. A enorme cobertura dos trilhos ferroviários, feita em ferro fundido e vidro, é considerada uma conquista da engenharia da época em que foi construída.
Atualmente, quatro companhias ferroviárias operam em St Pancras: East Midlands, Southeastern, ThamesLink e o trem super rápido que conecta a Inglaterra a Europa por meio do Eurotúnel, o Eurostar. Por este motivo, desde 2007, quando o Eurostar começou a operar na estação, ela é chamada de St Pancras International.
A estação tem dois andares e duas plataformas subterrâneas. No andar térreo, se encontram as lojas, restaurantes, guichês de vendas de passagens e outras facilidades
Adorei este texto de Mário Donato D’Angelo, um olhar sensível e com leveza sobre o envelhecimento.
Viver muito sempre foi, por séculos, uma raridade quase mítica. Era coisa de avó centenária que conhecia a cura das doenças no cheiro do mato, ou de personagem de romance russo, desses que morriam em São Petersburgo, sob a neve, citando Aristóteles em voz embargada. Longevidade era exceção. Agora virou estatística. Vivemos mais. Isso é fato. A medicina avançou, os antibióticos viraram gente da casa, o colesterol passou a ser vigiado como se fosse um criminoso reincidente. A expectativa de vida subiu, e com ela a ideia, quase ingênua, de que bastaria durar para que tudo desse certo. Mas viver muito não é a mesma coisa que viver bem. E é aí que começa a grande arte. Porque a verdade é que a longevidade chegou antes do manual de instruções. Achávamos que envelhecer seria como alcançar um mirante: olhar para trás com serenidade, cruzar os braços sobre o próprio legado, saborear os frutos de uma vida bem vivida. Mas a velhice, como a infância, exige cuidados diários, e também alguma poesia. O corpo, esse velho cúmplice, começa a dar sinais de que o tempo passou. As juntas rangem como portas de armário antigo, os reflexos hesitam, os músculos se retraem. Mas não é só o corpo que envelhece: às vezes o mundo ao redor também se torna estranho, distante. Os amigos partem, os filhos se dispersam, as calçadas ganham degraus invisíveis. E de repente, o que mais dói não é o quadril, é o silêncio.
E então vem ela: a queda. Não só a queda literal, essa que acontece no banheiro, no degrau da padaria, na pressa inocente de atravessar a rua. Mas a queda simbólica: do entusiasmo, da autonomia, da autoconfiança. A queda de uma imagem de si mesmo que antes era firme, decidida, ágil. A queda de um modo de viver que não se encaixa mais no corpo que agora abriga a alma com mais cuidado. A Organização Mundial da Saúde diz que um terço dos idosos sofre uma queda por ano. E essa queda pode ser o primeiro passo de uma jornada difícil: fraturas, cirurgias, internações, perdas, de mobilidade, de independência, de ânimo. Mas veja bem: não se trata de um alerta sombrio. Trata-se, aqui, de um chamado amoroso à reinvenção. Porque o envelhecimento também pode ser reinício. E preparar-se para ele é como preparar um jardim: exige tempo, presença, escolhas. É preciso cultivar força, sim, não para carregar sacos de cimento, mas para levantar-se da cadeira com leveza e poder abraçar um neto sem receio de tombar. É preciso elasticidade, não só nos músculos, mas nas ideias. E é preciso algo ainda mais raro: gentileza consigo mesmo. Não se trata de negar a velhice. Ela chega, queira-se ou não, com suas rugas e suas lentidões, com seus esquecimentos charmosos e suas manias de repetir histórias. Mas há velhices e velhices. E há aquelas que florescem, porque foram cuidadas, porque tiveram sol e sombra, porque foram vividas com afeto, com liberdade, com algum humor. Sim, o humor. Ele é, talvez, o músculo mais importante a ser mantido. Porque rir de si mesmo, das gafes, das perdas de memória, do tropeço nas palavras, é um jeito de desarmar o tempo. O velho ranzinza é um clichê injusto, há velhos encantadores, que dançam bolero na sala com o ventilador ligado e o cachorro olhando desconfiado. Que tomam vinho com moderação e sorvete sem culpa. Que, aos oitenta, aprendem a usar o celular, e ainda erram, mas riem do erro. A longevidade, quando bem-vivida, é como uma tarde longa e luminosa. Daquelas em que o sol demora a ir embora e o tempo parece suspenso entre uma lembrança e outra. Não é preciso correr. Nem competir. Basta estar inteiro: corpo e alma em compasso. É isso que propomos aqui: um olhar amoroso para o futuro que já chegou. A velhice não precisa ser sinônimo de decadência. Pode ser plenitude. E envelhecer bem não é luxo, nem sorte, é construção diária. Com passos firmes, com gestos suaves, com a força das pernas e o riso no rosto. Com o cuidado do corpo, sim, mas também com a ternura da memória. Porque o segredo não é apenas viver muito. É fazer da longevidade uma arte íntima, uma coordenação delicada entre o tempo e o desejo. E que, ao final, quando chegar a noite, a gente possa dizer, com lucidez e com alegria — “Foi bom ter vivido tanto. Mas foi melhor ainda ter vivido bem.”
Olhando daqui, percebo que pessoas e circunstâncias tiveram um propósito maior na minha vida do que muitas vezes eu soube, pude, aceitei, ler. Parece-me, agora, que cada uma, no seu próprio tempo, do seu próprio modo, veio somar para que eu chegasse até aqui, embora algumas vezes, no calor da emoção da vez, eu tenha me rendido à enganosa impressão de que veio subtrair. A vida tem uma sabedoria que nem sempre alcanço, mas que eu tenho aprendido a respeitar, cada vez com mais fé e liberdade.
O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.
Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.
Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.
Depois dos 60 anos percebi e aprendi que: Não sou “Atlas”. O mundo não repousa sobre meus ombros. Aprendi a corrigir menos as pessoas, mesmo quando sei que estão erradas. Afinal, a responsabilidade de tornar todos perfeitos não é minha. A paz é mais preciosa do que a perfeição. (Se a pessoa vive numa bolha, deixa… não arrebente a bolha). Dou elogios de forma livre e generosa. Afinal, melhora o humor não só do destinatário, mas também de mim mesmo. Aprendi a não ser incomodado por alguma mancha na minha camisa. Afinal, a personalidade fala mais alto do que as aparências. Eu fico longe de pessoas que não me valorizam. Afinal, eles podem não saber meu valor, mas eu sei. Estou aprendendo a não ter vergonha de minhas emoções. Afinal, são minhas emoções que me tornam humano. Aprendi que é melhor abandonar o ego do que romper um relacionamento. Afinal, meu ego vai me manter distante, enquanto com relacionamentos eu nunca estarei sozinho. Aprendi a viver cada dia como se fosse o último. Afinal, pode ser o último.
“Um dia sentiremos falta de tudo que não vivemos! Do amor, do abraço, da casa, da porta aberta, de um dia especial. Somos feitos de retalhos e vamos costurando nossa história entre lágrimas e sorrisos. Pedaços que ficam e vão embora, de chegadas e partidas.”
Adorei este texto de autoria de Bruno Pitanga, Doutor em neuroimunologia, neurocientista, professor universitário e palestrante:
Pra viver melhor, não se preocupe, se ocupe. Ocupe seu tempo, ocupe seu espaço, ocupe sua mente. Não se desespere, espere. Espere a poeira baixar, espere o tempo passar, espere a raiva desmanchar. Não se indisponha, disponha. Disponha boas palavras, disponha boas vibrações, disponha sempre. Não se canse, descanse. Descanse sua mente, descanse suas pernas, descanse de tudo. Não menospreze, preze. Preze por qualidade, preze por valores, preze por virtudes. Não se incomode, acomode. Acomode seu corpo, acomode seu espirito, acomode sua vida. Não desconfie, confie. Confie no seu sexto sentido, confie em você, confie em Deus. Não se torture, ature. Ature com paciência, ature com resignação, ature com tolerância. Não pressione, impressione. Impressione pela humildade, impressione pela simplicidade, impressione pela elegância. Não crie discórdia, crie concórdia. Concórdia entre nações, concórdia entre pessoas, concórdia pessoal. Não maltrate, trate bem. Trate bem as pessoas, trate bem os animais, trate bem o planeta. Não se sobrecarregue, recarregue. Recarregue suas forças, recarregue sua coragem, recarregue sua esperança. Não atrapalhe, trabalhe. Trabalhe sua humanidade, trabalhe suas frustrações, trabalhe suas virtudes. Não conspire, inspire. Inspire pessoas, inspire talentos, inspire saúde. Não se apavore, ore. Ore a Deus! Somente assim viveremos dias melhores.