SENDO INTEIRA…

Quero compartilhar com vocês, uma crônica, que gostei muito.

Hoje me senti claramente dividida em duas metades. Metade pelo que já fui e metade pelo que sou agora. Me senti metade filha, metade mãe.

Estranhamente me senti inteira na metade filha. Não sou mais filha de alguém. Sou órfã adulta, metade lembrança, metade saudade. Não tenho um  futuro a construir nas relações familiares filiais. Tenho apenas referências, boas ou más, mas a fase filha virou história.

Minha outra metade é mãe. Nesta estou inteira também e espero que meus filhos fiquem órfãos de mim em um tempo muito distante de hoje e, certamente, que eu jamais fique órfã deles.

Me senti metade porque por mais que acreditasse conhecer o passado da minha mãe, suas angústias e alegrias, textos e poesia, entendi que nada sei. Descobri que há muito para descortinar que percebo que não terei o tempo e força necessários para tanto.

Me senti metade cópia, metade original. Uma cópia inteira que o espelho revela todos os dias, quer eu queira quer não, nas feições e no físico. E uma imagem inteira, pois completamente diferente quando analisado em gênio e personalidade.

Me senti metade amiga, metade companhia. Me senti metade filha, metade impostora. A filha muitas vezes amiga, com tantas afinidades e assuntos para conversar; outras tantas apenas companhia como se comigo fosse calmo esperar o dia a passar.

A metade filha foi intensa. Intensa em desfazer a imagem perfeição com que ela me descrevia para os demais. Intensa em tentar ser a perfeição com que ela me descrevia para os demais.

A metade impostora me veio como se, no momento desta descoberta, eu intuísse que não fui digna de uma confiança que sei não nos faltou.  Ao contrário, confiança sempre foi um valor ímpar em nossa educação e de um modo inigualável sempre tivemos uns nos outros. E, só de pensar numa situação assim, já seria um ato de extrema traição.

Ela me educou para ser inteira, ainda que aos pedaços. Inteira ainda que as metades se contradigam. Inteira por mais que dividida em vários papéis – mãe, irmã, esposa, divorciada, viúva, profissional ou aposentada, não importa. Ela desejava e exigia de mim que eu fosse independente, incomum e única e que, principalmente, reconhecesse em mim  a unidade ser-luz-espírito para um dia, ainda que me sentindo em frangalhos, eu esteja certa que permanecerei sempre inteira.

*Publicado no site osegredo.com.br em 14/05/2017 – Sendo inteira

MUDANÇA NA LEI PODE FACILITAR OBTENÇÃO DA NACIONALIDADE EM PORTUGAL: CONTAGEM DE PRAZO É ALTERADA.

Está nas mãos do presidente da República a decisão sobre uma alteração na lei que beneficia os imigrantes no processo de obtenção da nacionalidade portuguesa.

O Parlamento aprovou no dia 5 de janeiro uma série de alterações à Lei da Nacionalidade, com destaque para um ponto: pela proposta, os cinco anos necessários para comprovar a residência em Portugal — condição legal para solicitar a nacionalidade — passará a ser contado a partir do momento em que é solicitado o título de residência.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa possui o prazo legal de 20 dias para analisar a proposta e promulgar, ou não, a nova lei. Contando que, pela tramitação regular, a proposta chegue para o presidente nos próximos dias, a expectativa é que até meados de fevereiro haja uma posição final do governo português.

Se não for aprovada, regra atual alonga a espera pela cidadania

Hoje, a regra determina que o prazo de cinco anos só começa a ser contado quando o título de residência é emitido. Como há casos em que o título só chega depois de mais de dois ou três anos da solicitação, o interessado em entrar com o pedido de nacionalidade acaba, na prática, esperando por volta de sete a oito anos para conseguir pleitear o direito à cidadania portuguesa.

O novo texto proposto considera que o artigo 15. da lei n. 37/81 traga a seguinte redação:

“[…] para os efeitos de contagem de prazos de residência legal previstos na presente lei, considera-se igualmente o tempo decorrido desde o momento em que foi requerida a autorização de residência temporária, desde que a mesma venha a ser deferida.”

De acordo com advogados e juristas ouvidos pela imprensa portuguesa, a medida corrige uma injustiça, uma vez que o imigrante era penalizado por conta, exclusivamente, da demora da administração pública.

Isto porque, ao dar entrada no pedido de residência, o imigrante já forneceu toda a documentação necessária.

Ou seja, a partir do momento em que a manifestação de interesse (MI) é aceita pelas autoridades portuguesas, o imigrante — que já terá apresentado número de contribuinte, inscrição na segurança social, no contrato de trabalho ou outros documentos — fica aguardando apenas a tramitação do processo, mas já trabalhando e contribuindo para a economia, por exemplo.

E se ele não pode considerar esse período na contagem de tempo, conforme a regra atual, os anos de espera são praticamente um período “morto”.

Brasileiros lideram petição para governo mudar a lei

A mudança na legislação era um pedido que vinha sendo feito há algum tempo por entidades que representam os imigrantes, não apenas brasileiros em Portugal. E uma das vozes importantes neste processo foi a da brasileira, Juliet Cristino, que conseguiu um grande número de assinaturas em uma petição publica e acabou tendo o pleito levado para o parlamento português.

Existem pessoas que ficaram quatro anos a espera de vagas para fazer a entrevista no SEF para ter o título de residência, por culpa da própria instituição, que não tinha vagas”.

E complementa: “Quando esta pessoa for dar entrada no processo de nacionalidade, esses quatro anos ficaram perdidos. Pedimos que nos ajude a fazer essa correção, pois não é negligência do imigrante”, afirmou Juliet no documento apresentado aos parlamentares.

Mais de 70 mil pedidos de cidadania em 2022

De acordo com dados mais recentes do agora extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), hoje substituído pela AIMA, o ano de 2022 registrou 74.506 pedidos de aquisição de cidadania, um crescimento de mais de 37% em relação a 2021.

Cidadãos de Israel e Brasil lideram os pedidos de cidadania, seguidos pelos nacionais de Cabo Verde, Venezuela e Angola.

Espera continua longa para quem já pediu a cidadania

Vencida a etapa do prazo legal de cinco anos de residência no país para dar entrada no pedido de cidadania portuguesa por tempo de residência, o passo seguinte também tem se mostrado bastante demorado.

Após dar entrada na solicitação, o interessado pode acompanhar todas as etapas por meio do portal da Justiça. Com a senha de acesso ao portal, é possível acompanhar o andamento do processo, até o registro final.

Um pedido de nacionalidade segue os seguintes passos:

• Recepção do pedido, numa conservatória, consulado ou por correio;

• Registo do pedido;

• Consulta a entidades externas;

• Verificação da documentação entregue;

• Análise de que todas as condições legalmente previstas estão reunidas para conceder a nacionalidade;

• Decisão sobre a atribuição ou não da nacionalidade;

• Registro do novo cidadão português no Registo Civil de Portugal ou arquivamento do processo.

Processos têm demorado cerca de dois anos

Segundo as informações do próprio sistema, os prazos atuais para todas as etapas são de 24 a 29 meses, desde a entrega do pedido de nacionalidade até o registro final, caso os pedidos apresentem todos os documentos necessários e o requerimento tenha sido corretamente preenchido.

Estes prazos serão mais longos se o processo não estiver completo e correto desde o início e se for necessário pedir documentação complementar.

Pedidos de menores de idade, filhos de pai português ou mãe portuguesa e declarados diretamente pelos pais, são tratados com prioridade, com o tempo de análise e decisão de até 4 meses.

Texto escrito por Marcos Freire, que é jornalista e vive com a família em Ovar, uma pequena e simpática cidade que fica no meio do caminho entre Porto e Aveiro, há 5 anos.

Fonte: Eurodicas

ENVELHECER!

“A capa da Vogue filipina emocionou o mundo. Há nela uma “miúda” de 106 anos! A melhor capa de todos os tempos.”

“Envelhecer..
(Em defesa da Mulher)
Dizem que, a partir de uma certa idade, nós as mulheres ficamos invisíveis. Que a nossa atuação na cena da vida diminui e que nos tornamos inexistentes para um mundo onde só cabe o impulso da juventude.
Honestamente, não sei se me tornei invisível para o mundo, é possível que sim. Porém nunca fui tão consciente da minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida e nunca desfrutei tanto cada momento da minha existência.
Descobri que não sou uma princesa de contos de fadas e descobri o ser humano sensível e também muito forte que sou, com as suas misérias e as suas grandezas. Descobri que posso permitir-me o luxo de não ser perfeita, de estar cheia de defeitos, de ter fraquezas, de me enganar, de fazer coisas indevidas e de não corresponder às expectativas dos outros. E apesar disso…
Gostar de mim!
Quando me olho ao espelho e procuro quem fui… sorrio àquela que sou… Alegro-me do caminho percorrido, assumo as minhas contradições. Sinto que devo saudar com carinho a jovem que fui, mas deixá-la de lado porque agora atrapalha-me, o seu mundo de ilusões e fantasias já não me interessa. Na verdade, é bom viver sem ter tantas obrigações e não ter de sentir um desassossego permanente causado pela necessidade de correr atrás de tantos sonhos.
A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil, que quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir.”

By Blandinne Faustine

IMIGRANTE… 9 COISAS QUE TODO BRASILEIRO SENTE FALTA AO MORAR NO EXTERIOR.

Gosto de ler, ver e ouvir sobre as experiências das pessoas, que imigraram para fora do país. Estou sempre de olho nestes artigos. Um dos que acompanho bastante é o blog da Eurodicas.

Já comentei aqui que tenho filhos que moram fora do Brasil: em Londres, Miami e Paris. Já faz mais de 5 anos! Bom e ruim rsrsrs… é difícil ficar tanto tempo sem vê-los, brincar com meus netos, ver eles crescerem a distância… e deixar de participar de celebrações importantes que acontecem tanto aqui como. Ao mesmo tempo, sempre aproveito muito, quando viajo para ficar com eles e conheço lugares novos lindos, quando vou visita-los e fico por lá, em suas casas, um tempo razoável pra matar as saudades… e renovar as nossas energias… a espera de uma próxima vez, de nos encontrarmos.

Eu, aposentada, vivo de malas prontas… pra lá e pra cá. Atenta de olho nas necessidades deles e no preço das passagens. O tempo vai passando, vamos envelhecendo, o custo das passagens cada vez são mais caro, a guerra e os conflitos, que nos dão tanto medo, rodeando bem pertinho… fora que cada vez fica tudo mais difícil e a saudade, só aumenta.

A pandemia, me fez repensar muito e criar coragem, para ousar “mudar de país”, para ficar mais perto deles! Tomei a decisão já a algum tempo de me mudar para Portugal, e venho planejando bastante esta mudança… tudo para mais perto deles. Família, juntos!

Não quero ser uma avó só de telinhas 😉. Quero brincar, paparicar e criar vínculos afetivos com muitas histórias de vida, com todos eles, para que se lembrem de quão bom era nosso tempo juntos. Quero viver ao vivo e as cores… tudo intensamente. A vida passa muito rápido. Voa! O tempo é uma das nossa maiores preciosidades!

Leiam este texto (Eurodicas) de Nathane Costa, uma jovem, que já mora fora do país há algum tempo, e nos conta sobre suas experiências e do que mais sente saudades do nosso país, o Brasil.

É domingo, meio-dia e você sente o cheiro da feijoada no fogão e do arroz refogado no alho para o almoço. A playlist de pagode e axé está tocando no Spotify. E basta isso para você imaginar algumas coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior.

Morar fora é uma escolha, muitas vezes difícil, mas isso não significa esquecer tudo que tivemos que deixar para trás. Afinal, uma vez brasileiro para sempre brasileiro. E sabe o que mais faz todo coração de imigrante bater mais forte? Continue lendo o artigo para descobrir.

1. Comida brasileira

Já que começamos esse artigo citando a feijoada, vamos falar do incrível momento em que um brasileiro morando fora consegue encontrar ingredientes no mercado para fazer as receitas de casa.

Não é em todo lugar que você encontra Guaraná, farofa, flocão de milho, goma de tapioca, mas se você for à seção internacional do supermercado da sua cidade ou nos mercados internacionais, como africanos, asiáticos e portugueses, poderá se surpreender com os achados.

Triste mesmo é a seção de frutas e legumes — sem dúvida, uma das coisas que todo brasileiro sente falta ao não morar no Brasil. Sabe há quanto tempo não como uma banana com gosto? Mais de 2 anos! Não há 10% da variedade de frutas que encontramos no Brasil. Sem contar que o maracujá não é azedo e o milho é doce.

Não sei você, mas para mim é quase regra: sempre que viajo procuro um restaurante brasileiro. Isso é algo que quem mora no Brasil não entende, mas após comer todos os tipos de gastronomia, a gente aprende a valorizar ainda mais o nosso tempero e receitas.

Cerveja gelada e tira-gosto é invenção de brasileiro

Sabe quando você vai num barzinho para beber uma cerveja gelada e petiscar? Um dos maiores choques culturais foi perceber que, aqui, muitos bares não oferecem sequer uma batata frita no cardápio. A cultura de petisco é praticamente inexistente e isso é uma das coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior. Por isso, uma das minhas saudades é aquele happy hour completo que só o Brasil tem.

Ahhhh o açaí!

Açaí é algo ame ou odeie, mas se você ama, vai passar por uma verdadeira jornada até encontrar um que seja próximo do que já experimentou do Brasil. E aqui nem entro na questão do açaí puro e o misturado com xarope de guaraná, é bem pior que isso. Eles fazem uma mistura com uma porcentagem mínima da fruta e mirtilo, por exemplo. Você não sente nem o “cheiro” do açaí.

Coxinha, pastel, caldo de cana, bolo de aniversário… São tantas coisas que a gente sente falta. Por isso a gente faz a festa quando vai de férias para o Brasil e volta com a mala abastecida de comida.

2. Família e amigos

Quando você vai morar fora do Brasil, tem que deixar para trás seus amigos e familiares para ir em busca da realização do seu sonho. Muitas vezes quem imigra se sente culpado por isso, principalmente em datas como aniversários, nascimentos e casamentos em que não é possível estar presente, e talvez, essa é uma das principais coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior.

Para lidar com a famosa culpa de quem mora no exterior, podemos dizer que a tecnologia existe e com a videochamada podemos ver o rostinho de quem está longe, conversar e sorrir. Tem imigrante que telefona diariamente para a família no Brasil, outros não sentem essa necessidade constante, mas a saudade é a mesma.

Nos meus primeiros meses (de Nathane) morando na França, eu sentia a frustração de não participar dos eventos. De ver os amigos combinando de se encontrar no grupo do WhatsApp e não poder ir. Mas com o tempo, a vida fora do Brasil vai se tornando a sua vida e você conhece novas amizades (inclusive amizades brasileiras no exterior), se apaixona, forma família.

O desapego é um dos processos mais difíceis da adaptação cultural do imigrante. Não são todos que podem viajar sempre para o Brasil ou receber os familiares nas férias. Por isso, todo reencontro é significativo e repleto de emoção.

Nossa família é o coração que bate fora do peito e a saudade se faz presente.

3. Clima tropical

O clima é uma das coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior, após vivenciar o primeiro inverno no exterior.

Quando eu me mudei para a França, cheguei no fim do outono e foi a primeira vez que senti frio de verdade na vida, ainda mais vindo da Paraíba.

Agora que moro na Alemanha, além do clima, sinto saudade dos dias claros. Nunca irei me acostumar com o por do sol às 16h. E para fugir do inverno na Europa, a melhor tática sempre será comprar passagem de férias para o Brasil.

Mas para ser sincera, até no verão, é possível sentir saudade do nosso clima tropical porque o calor que faz na Europa é diferente, te cozinha por inteiro, sem uma brisa para aliviar.

Na França, sobrevivi a três ondas de calor com temperaturas acima de 40ºC e para mim foi mil vezes pior do que sentir frio, porque os prédios não têm estrutura e muito menos ar condicionado para compensar.

Nessa época os lagos, rios e praias ficam lotados porque realmente não há outra opção para se refrescar se você não tiver piscina em casa. E mais uma vez bate a saudade das nossas praias, da areia fofa e até dos ambulantes vendendo água de coco.

4. Festas brasileiras

Se no Brasil a gente já amava nossas festividades, morando fora aprende a valorizá-las ainda mais. Afinal, o brasileiro sabe festejar como ninguém, né?

As festas de Natal e Ano Novo na Europa são bem simples, nada de se arrumar para ficar na sala de casa, por exemplo. Normalmente é feito um jantar ou almoço em família com um prato mais especial. Para quem gosta de ver os fogos de artifício, apenas grandes cidades, como Berlim, fazem algo do tipo.

O carnaval na Europa é celebrado em alguns países, muitas vezes em datas diferentes, mas não é nada como a gente conhece.

Na França fui duas vezes para a festa de carnaval em Bordeaux e o que posso afirmar é que é apenas um grande desfile temático, sem carro de som, shows e pouca animação.

Ela tem um vídeo no YouTube mostrando isto, caso você tenha curiosidade de saber como é:

No São João é o mesmo. Você pode encontrar alguns eventos e festas, que são bem familiares e de bairro, mas sem quadrilha e comidas típicas não tem a menor graça (ainda mais para quem veio do estado que sedia o Maior São João do Mundo).

Confira como é a Festa de São João no Porto, a maior e mais famosa de Portugal.

5. Música

Por falar em festas, para quem gosta de balada e dançar funk, tem que conviver na espera das festas temáticas em homenagem ao Brasil ou as que são organizadas por brasileiros. Pois, na maioria das vezes, a playlist dos lugares é dominada por reggaeton e música eletrônica.

Em Bordeaux, quase todo domingo organizam uma roda de samba. Então, para quem mora em cidades com uma grande comunidade de brasileiros torna-se mais fácil matar um pouco da saudade do Brasil.

Eu mesma fazia aula de dança uma vez por semana só para ouvir um pouco de funk ou axé, músicas que nem fazem parte do meu gênero musical favorito, mas que por algum motivo dão saudade. Por isso, a música sempre estará na lista de coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior.

6. Bom atendimento

No Brasil há o esteriótipo do servidor público, que não trabalha, né? Bom, espere enfrentar as primeiras burocracias na Europa para mudar de opinião a respeito da qualidade do nosso atendimento.

E isso se aplica em lojas, prestadores de serviço, médicos. Na Europa é difícil encontrar a qualidade, agilidade e sorriso no rosto que os atendentes brasileiros apresentam.

Uma vez o interruptor do meu apartamento parou de funcionar e eu entrei em contato com quatro eletricistas franceses para virem consertar. Todos estavam indisponíveis e me deram um prazo de 3 semanas. Minha sorte foi que encontrei um brasileiro que fez o conserto no mesmo dia e me salvou de ficar todo esse tempo sem luz.

Por isso que eu digo, por mais que o Facebook seja algo que nossos amigos não usam mais, ainda é uma ferramenta útil para se conectar com outros imigrantes brasileiros na Europa. Pesquise “brasileiros em + nome da sua cidade”, que você irá encontrar vários grupos.

7. Alto astral brasileiro

Não há como falar das coisas que todo brasileiro sente falta ao não morar no Brasil: o nosso alto astral é algo peculiar.

A saudade que dá de desabafar com um amigo sobre algo que está te preocupando e ele responder “Já deu certo, relaxa”. Os europeus são bem sinceros e não enrolam muito para falar algo. Então, se perguntar algo, esteja preparado para receber uma resposta realista.

Sinto que na França e Alemanha as pessoas reclamam de mais e sorriem de menos, sem generalizar. Mas o brasileiro é aquela pessoa que faz piada da própria desgraça. Essa leveza numa conversa faz falta, às vezes.

Na Alemanha, se você não separar o lixo corretamente, capaz de receber uma carta dizendo que você é a causa da destruição do planeta (brincadeira!).

8. Preço de produtos e serviços

O custo de vida na Europa é melhor que o do Brasil, isso é inegável se você recebe o seu salário em euro. Porém, se você tem saudade das coisas do Brasil e quer comprar um dos produtos brasileiros no mercado, a dica que eu dou é: não converta porque você vai se assustar.

Eu queria fazer caipirinha para receber meus amigos em casa e quase caí para trás com o preço da cachaça, que na Europa é vendida como premium, mas no Brasil é considerada uma das piores em termo de sabor.

Isso também se aplica para esmaltes, alicate de unha, a nossa tradicional sandália Havaianas — que na Europa pode custar 30€ a versão mais básica. Além dos serviços, principalmente na área estética, que é um trabalho muito valorizado.

9. Falar português

Existem 3 tipos de imigrantes:

• Os que não querem se relacionar com brasileiros;

• Os que só tem amigos brasileiros;

• E aqueles que conseguem um equilíbrio entre as amizades.

Quanto mais tempo você passa longe do Brasil, mais saudade dá de conversar em português com outros brasileiros e usar expressões que só a gente entende. Fora que nos sentimos nós mesmos em nosso idioma de origem, isso não dá para negar.

No Brasil, eu era a cliente que mal abria a boca quando ia ao salão de beleza, e aqui, com minha cabeleireira brasileira, eu falo mais que o homem da cobra. É uma oportunidade de conversar, fofocar e se sentir um pouquinho em casa.

São várias saudades que quem mora fora do Brasil tem que conviver, algumas a gente nem imaginava que sentira, mas só estando longe para saber.

E aí, está preparado para lidar com as coisas que todo brasileiro sente falta ao morar no exterior? Tem vontade de viver em um país europeu?

Confira o ebook “O sonho de viver na Europa”, que reúne história de diferentes brasileiros que atravessaram o Atlântico e compartilhas as suas dificuldades e oportunidades. Vale a pena se inspirar e refletir!

Fonte: Eurodicas

Texto By Nathane Costa, também conhecida como Thanny, é especialista em Comunicação e Marketing para Mídias Digitais. Nascida e criada em João Pessoa, Paraíba, morou na França e, agora, está passando uma temporada na Alemanha. Produz conteúdo para a internet desde 2009 e ama compartilhar dicas de viagem e gastronomia para ajudar outros brasileiros pelo mundo.

FAXINA!

Estava precisando fazer uma faxina em mim…
Jogar fora alguns pensamentos indesejados,
Tirar o pó de uns sonhos, lavar alguns desejos que estavam enferrujando…..
Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.
Joguei fora ilusões, papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei…
Joguei fora a raiva e o rancor nas flores murchas guardadas num livro que não li.
Peguei meus sorrisos futuros e alegrias pretendidas e as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas.

Fiquei sem paciência! Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste…
Mas lá havia outras coisas… belas!!!
Uma lua cor de prata…o choro de meus filhos ao nascerem, seus primeiros passos, os abraços….
aquela gargalhada no cinema, o primeiro beijo….. o pôr do sol…. uma noite de amor…
Encantada e me distraindo, fiquei olhando aquelas lembranças.
Sentei no chão. Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima –
pois quase não as uso – e também joguei fora!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que fazer, se as esqueço ou se vão pro lixo.

Revirei aquela gaveta onde se guarda tudo de importante: amor, alegria, sorrisos, fé…..
Como foi bom!!!
Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, perfumei na esperança,
passei um paninho nas minhas metas e deixei-as à mostra.

Coloquei nas gavetas de baixo lembranças da infância; em cima, as de minha juventude, e… pendurado bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar… e de recomeçar…
Adoro esta crônica de Martha Medeiros… ela consegue dizer tudo que sinto na alma.

CONSTANTES…

Aqui me vi exatamente como me sinto. Lindo e profundo o texto da minha amiga Irina Marques! Leiam:

Sou do tipo resiliente otimista e mesmo nos momentos mais difíceis que já enfrentei pela vida, que com certeza me abateram… também sempre acreditei que tudo ia passar, eu aprenderia algo novo… e iria sair dali mais forte e melhor. Tudo tem seu tempo. E cada um tem o seu. E assim aconteceu.

Lembranças trazem “mergulhos profundos”, retalhos de nós que se escancaram e trazem a tona algumas cicatrizes.

Com o tempo sei que sempre estive na hora e nos momentos certos da vida. Tudo no seu devido lugar. Gratidão por isto.

Tenho uma tendência para me esquecer facilmente das coisas, outras vezes não, as coisas marcam de forma a criar cicatriz. Quando olhamos, ela está sempre lá, e muitas vezes é costume esquecermos a história que ela tem para contar. A nossa cicatriz, é apenas nossa e só cabe a nós conseguir entender, desvendar e aprofundar as causas e consequências dela.

Muitas vezes, o que acontece, é as pessoas tomarem as nossas dores, seja por simpatia, empatia ou compaixão. Está certo, num mundo perfeito as coisas deveriam ser assim, talvez num mundo mais sentimental e menos competitivo esta, seria uma utopia perfeita. Acordamos para a vida.

Ontem, dei por mim a escrever, a escrever muito, a escrever tanto que a dor começou a tomar lugar. Questionei, encontrei respostas, voltei a questionar, vi outras perspetivas, tentei pôr-me do outro lado, voltei a escrever – criar personagens, sair da zona de conforto e observar outras realidades.

Aprendizagens que temos no decorrer da vida, por vezes esquecemos ou outras vezes abordamos de forma diferente, com tempo, aprendizagens e, o olhar não é o mesmo de hoje, de ontem, dos meses passados, dos anos… O que escrevo hoje daqui a dois anos pensarei de outra forma, é assim que tem ocorrido, tem sido uma constante. São relatos, pedaços de mim, deixados para trás para que eu própria consiga rastear.

E por ter esta tendência para me esquecer, tenho a mesma tendência a relatar, a testemunhar a minha presença e pensamento através de textos, de reflexões até mesmo para recordar. A memória é a coisa mais falível que temos, se nos lembramos de algo, não é exatamente como foi mas preenchemos essas lacunas para que isso mesmo faça sentido – ora para o bem, ora para o mal.

Nos mergulhos profundos foi onde eu encontrei as melhores explicações, o cerne da questão, a raiz. E nesses mergulhos profundos, não entendia a sua própria profundidade, ainda não entendo, continuo a mergulhar enquando as minhas forças me permitem. E quanto mais mergulho, mais são as descobertas que faço, horizontes que se relevam, testemunhos que tenho que relatar mas já não os exponho. Todos os que expus resolvi apagar, conforme referia, as palavras são minhas mas expostas podem não conseguir manifestar o que cá vai dentro.

Através da expressão e relatos guardados, é o que me permite encontrar, montar as peças e dar forma a tudo o que se passou e se encontra a passar. E muitas vezes esqueço, é verdade que esqueço, lições que aprendi e esqueci, nesses mesmos relatos estão essas lições – constantes, que me lembram – este é o caminho a tomar, ali, vais errar. Não são roteiros rígidos, são apenas registos para não me perder, novamente mas saborear a corrente. As constantes, mantêm-se nos relatos e, permitem-me desviar.

Pedaços de vida que não se compõem aqui, mas sim noutro lugar. As artes, são apenas um testemunho, do que no interno se está a passar.

ANO NOVO

Para você ganhar um belíssimo Ano Novo 🌈 com a cor de arco-íris, ou da cor da sua paz…

Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido). Para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha… Tenho aprendido que você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

Feliz Ano Novo para todos vocês 🥂

Texto extraído do “Jornal do Brasil”, Dezembro/1997 – Carlos Drummond de Andrade

DEIXE-ME ENVELHECER…

Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,
Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,
Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.
Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,
Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,
Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.
Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,
Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,
Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,
Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,
Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!!!

Adoro esta crônica de Concita Weber

SE EU FUGISSE DE CASA AOS 70 ANOS…


Andei pensando… enquanto aguardo chegar lá 👀 Se eu fugisse de casa aos 70 e tantos sem lenço nem documentos sem bagagem e sem pranto
e pegasse uma carona num pé de vento
ou talvez no patinete do garoto desatento
muitos achariam loucura outros chamariam aventura alguns , de certo, doença baseados na crença que depois do 70 a vida segue serena
entre as rezas e a espera da morte- essa sim a viagem ideal a quem já viveu muito e coisa e tal…
Talvez se eu fugisse de casa parasse nalguma praça embaixo da estátua do general para um rápido descanso bem largada num banco onde namorados desenharam corações então eu lembraria de alguns divertidos dia de assustadas emoções.
Mas seu fugisse de casa aos 70 e tantos meus filhos gritariam de espanto os netos achariam o máximo
[o Victor rindo com os olhos
colocaria no Instagran que sua avó sumiu como o gato.]
o marido suspiraria resignado a mais uma das minhas temeridades às quais já estava acostumado.
O que ninguém imaginaria é que foi um velho desejo da menina que só fugia até a esquina e depois dos 70 e tantos resolveu ganhar o mundo
o vasto desconhecido mundo e nessa realização tardia pôs todo mundo tonto
Mas deixou o almoço pronto…
By Marisa Schmidt

MEU MUNDO!

”Construa seu mundo com aquilo que ele te oferece, colocando você mesmo as cores que quiser. Não dependa dos outros para ser feliz ou infeliz, mas viva a sua vida como verdadeiro dono dela.


O poder de ser feliz ou infeliz está nas suas próprias mãos. Cabe a você saber com que intensidade vai viver isso.”
(By Letícia Thompson)