“Ainda não se descobriu vacina contra os males de alma produzidas pelo amor” Carlos Drumound de Andrade.
Tem muitas pessoas depois dos 60, que acredita que a única vacina que temos que tomar anualmente, é a contra gripe. Engano comum… é bom saber que temos outras vacinas importantes, que não devem ser esquecidas.
Se queremos ter um envelhecimento mais saudável e protegidas de outras doenças a vacina é uma das melhores maneiras que temos de nos cuidar. Entre elas está vacinas, contra herpes zóster, pneumonia e hepatite B. Interessante este artigo de Choé Pinheiro (Uol) que estou compartilhando com vocês agora, serve como um alerta. Leia o artigo:
A campanha nacional de vacinação contra a influenza, agente causador da gripe, vai (aproximadamente) até 1º de junho. E os idosos estão entre os grupos indicados, já que, nesse período da vida, o risco de complicações provocadas pelo vírus, como pneumonia e até infartos, é maior. Isso ocorre não só com a gripe, aliás, mas com outras infecções evitáveis com as vacinas específicas para a terceira idade, que são consideradas aliadas do envelhecimento saudável.
Elas protegem o organismo em uma fase em que a saúde costuma estar mais abalada. “Na terceira idade, doenças crônicas, como o diabetes e hipertensão, são mais comuns, e as infecções podem descompensar esses quadros”, comenta Dra. Maísa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, de São Paulo.
Veja, abaixo, quais são as vacinas indicadas para quem tem mais de 60 anos e como elas devem ser tomadas:
1) GRIPE – A vacina deve ser repetida anualmente porque o vírus sofre mutações constantes. “Ela é feita para proteger contra os tipos de influenza que estão circulando mais naquele ano”, explica Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, infectologista membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia.
Quem bate o martelo é a Organização Mundial de Saúde, que obtém as informações de serviços de saúde espalhados pelo mundo, recolhidas de indivíduos, infectados nos meses anteriores à estação da gripe: o outono/inverno. A partir daí, são produzidos dois tipos: uma para o hemisfério sul e outra para o hemisfério norte. E, apesar do que se diz por aí, tomar essa injeção não dá gripe. “Ela é feita com fragmentos do vírus morto, então não há essa possibilidade”, esclarece Junior. O que pode ocorrer é o idoso ficar gripado apesar de ter sido vacinado, já que ela demora alguns dias para fazer efeito, ou ter pego algum outro tipo de influenza que não está incluso na campanha do ano.
Ela estará disponível no Sistema Público de Saúde a partir da segunda quinzena de abril , em data ainda a ser confirmada (mas atrasou um pouquinho). Há ainda uma versão que protege contra quatro tipos, ao invés da trivalente da rede pública, disponível nas clínicas particulares.
2)PNEUMONIA – Apesar de não garantir que a pessoa não pegará pneumonia, a vacina evita a infecção por parte da família do pneumococo, grupo de bactérias que são as principais causadoras da doença que inflama os pulmões.
A campanha nacional de vacinação contra a influenza, agente causador da gripe, vai aproximadamente até 1º de junho. Nos idosos, o quadro pode significar risco elevado de morte. “É neles o maior risco de ser internado e desenvolver doenças mais graves por conta da pneumonia, como problemas cardíacos, insuficiência respiratória e até derrames”, comenta Roberto Dischinger Miranda, cardiologista chefe do Serviço de Cardiologia da Geriatria da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e diretor do Instituto Longevità.
A relação aqui é semelhante à da gripe. O corpo todo sofre com a doença: mais substâncias inflamatórias circulam, a desidratação aparece por conta da febre, organismo debilitado… Assim, se forma um ambiente perfeito para encrencas mais graves.
A vacina está disponível em duas versões: a do SUS, que barra contra 23 cepas comuns do pneumococos, e há ainda a da rede particular, que evita 13 tipos. “A diferença está na composição, a vacina 13 induz uma proteção um pouco mais duradoura, tanto que não precisa da dose de reforço cinco anos depois, que deve ser feita na 23”, explica Junior.
3) HERPES ZÓSTER – É o mesmo vírus da catapora, o varicela-zóster, mas aqui ele volta para causar a doença também conhecida como “cobreiro”. Mais comum acima dos 50 anos, ela provoca não só manchas em formato de faixa do corpo mas dores lancinantes, que frequentemente persistem por anos depois que a infecção regrediu. Complicações menos frequentes incluem a encefalite, uma inflamação no cérebro, e comprometimento da visão, quando o vírus atinge a face.
A vacina da catapora tomada na infância protege pela vida toda. É possível que essa vacina também previna episódios de herpes-zóster. No entanto, tal hipótese demanda tempo para ser comprovada, uma vez que a vacina é relativamente recente. Nesse caso, os idosos podem tomar uma específica para o zóster. O produto, que chegou ao Brasil no ano passado, custa cerca de 500 reais a dose e não está disponível na rede pública.
Mesmo quem já teve contato com o vírus — estima-se que 95% da população se encaixe aqui — se beneficia do imunizante. “Ele fica latente por décadas, esperando quedas na imunidade para se manifestar como hérpes-zoster”, explica Maísa. A vacina diminui o risco de complicações como a dor crônica, que compromete a qualidade de vida das pessoas e exige o uso medicações fortes por um tempo prolongado.
Indivíduos imunodeprimidos, como os que tomam medicamentos que interferem na imunidade ou que estão fazendo quimioterapia, devem conversar com seus médicos antes de procurar a vacina.

4) FEBRE AMARELA – Alvo de muita discussão, pois o idoso tem mais chance de desenvolver uma espécie de febre amarela adquirida pela vacina, que é feita com o vírus atenuado, embora mesmo nesse público ela seja rara. A recomendação dos especialistas ouvidos nesta reportagem é calcular o possível benefício da vacinação versus o perigo real da complicação, que atinge uma entre 400 mil pessoas que receberam a dose.
“Ele tem mais risco, mas esse risco não é proibitivo, principalmente se o idoso não tem um grande comprometimento do sistema imune e vive ou vai para áreas de risco”, aponta Miranda, que diz recomendar a imunização à maioria de seus pacientes. Agora, se a pessoa acima de 60 anos mora em um bairro distante ou em uma cidade que ainda não teve casos da doença e tem doenças crônicas associadas, vale avaliar com o médico.
Um boato que circula e é totalmente infundado é o de que as doses fracionadas, distribuídas na campanha do governo para alcançar mais gente, provocariam mais reações. “Isso não faz sentido nenhum, uma vez que a carga viral é menor nessa versão”, elucida Junior.
5) DUPLA BACTERIANA DO TIPO ADULTO – Disponível na rede pública para os idosos, age contra difteria e tétano. Há ainda a tríplice bacteriana do adulto, encontrada na rede privada, que inclui ainda a coqueluche. Elas já são tomadas na infância, mas com os anos a proteção diminui, então o risco da infecção surge novamente, ainda mais na terceira idade, quando a imunidade sofre uma queda natural.
“Apesar da coqueluche não ser tão comum no no idoso, recomendamos que ele tome a tríplice na rede privada caso tenha condições, especialmente se tem contato com as populações de alto risco, como as crianças menores de seis anos”, orienta Junior.
6) HEPATITE B – A doença é transmitida via relações sexuais ou sangue contaminado, que pode estar, por exemplo, em um material não esterilizado na manicure ou no reaproveitamento de agulhas utilizadas por outras pessoas. Apesar causar sintomas agudos em menos de 30% dos infectados, o risco da doença se cronificar no idoso é alto.
“A longo prazo, a presença da doença no organismo pode provocar cirrose e está associada até a tumores no fígado”, diz Junior. Devem tomar a a vacina, disponível no SUS, pessoas acima dos 60 anos que não tenham sido imunizadas anteriormente.
Colaborou neste artigo: Renata Scilla, médica especialista em geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia….
https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/05/17/saiba-quais-sao-as-vacinas-que-devem-ser-tomadas-na-terceira-idade.htm