
“Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer”. Moliére.
Falar sobre seguir em frente, lembra-nos de deixar o passado no seu devido lugar. Encerrar ciclos e abrir novos caminhos… aprendemos melhor com o tempo ou tentamos… Em “A Soma de Todos os Afetos” de Fabíola Simões descreve bem esta passagem. Leiam.
Tenho um tio muito querido que é um nostálgico compulsivo. Adora tomar seu vinho ao som de Nat King Cole, Billie Holiday e Frank Sinatra, enquanto nos remete aos idos de nossa infância e à lembrança de um tempo bom. Estar ao seu lado é uma festa saudosa, que invariavelmente traz de volta um pouquinho do que éramos e de como nos sentíamos juntos.
Porém, outro dia, conversando com uma amiga, falávamos sobre a necessidade de seguir em frente. E sobre o quanto isso implica deixar certas coisas, lugares, pessoas e momentos para trás.

Porque não basta abrir as portas para o novo tempo. É preciso fechar algumas janelas também. E talvez fechar algumas janelas seja a parte mais difícil de seguir em frente…
Como deixar partir fragmentos do que fomos ao trancarmos nossas janelas?
Talvez a resposta esteja na vivência do luto. É preciso respeitar a dor do fim de um tempo, mesmo que novas portas (muito melhores) estejam se abrindo à nossa frente.
É preciso deixar partir a infância dos filhos, o fim de um relacionamento que parecia perfeito, as amizades que não tinham vínculos muito sólidos, as palavras de amor que não vingaram, a própria juventude, o corpo perfeito, o tempo bom de faculdade, a saúde de nossos pais.
Diante da finitude, temos que aprender a seguir em frente sem olhar pra trás com saudosismo ou sofrimento.
É preciso coragem para queimar cartas antigas que perderam espaço em nossa memória afetiva, deixar abrigos conhecidos onde não nos refugiamos mais, dar chances às novas possibilidades de felicidade.

Nem tudo resiste ao tempo. Agarrar-se ao que não existe mais não permite que novas chances se revelem… que novos caminhos sejam abertos…
O ouvido se habituará a novos sons se a gente deixar que ele escute novas canções. Assim também aprenderemos a aceitar o novo tempo se facilitarmos o começo de novas possibilidades e entendermos que não há mais o que se esperar daquilo que já passou.
Não há o que se esperar do passado. Ele aconteceu, foi bom, ficou vivo dentro da gente, nos fez feliz… mas passou. Guarde-os no seu devido lugar.
Que permaneçam as boas lembranças, não o desejo de perpetuar vapores de um tempo que não floresceu.
Que os álbuns de fotografia em sépia sirvam para nos lembrar dos sorrisos e sonhos que tínhamos, mas não substituam a alegria de nos relacionarmos com quem está ao nosso lado aqui e agora.
É preciso aprender a partir. A abandonar nossos lugares no mundo e de dentro das pessoas.
Descobrir que, tão importante quanto seguir em frente, é saber deixar pra trás.
Vivendo um luto de cada vez, aprendendo a desistir um tanto do que éramos para abrir espaço para quem nos tornamos; acreditando que uma vida abriga inúmeras fases, e para vivê-las com sabedoria é preciso resgatar o novo e abandonar o velho; sendo tolerante com alegrias novas que querem chegar, e permitindo que nos mostrem o que podem fazer por nós.
Nem sempre é fácil reconhecer que um tempo chegou ao fim. Insistimos em reviver antigos papéis, trazer à tona emoções que se esgotaram, resgatar pessoas que já partiram há muito tempo de nós.

Cada um encerra seus ciclos de forma diferente, e é preciso respeitar o tempo de cada um. Mas tudo passa! O tempo é a melhor opção.
O presente te escolheu. Tenha a sabedoria de escolhê-lo também…
Fonte: http://www.asomadetodosafetos.com/2016/06/tao-importante-quanto-seguir-em-frente-e-saber-deixar-pra-tras.html#ixzz4BpiSSopZ









































“A aceitação de que não temos diante de nós todo o tempo do mundo cria o desejo de nos concentrarmos no essencial, em busca do máximo de felicidade que pudermos obter no futuro imediato. A inquietude da inexperiência e os desmandos causados por ela dão lugar à busca da serenidade”. Dráuzio Varella
Chegou ao mundo, cheio de saúde. Curioso… querendo conhecer tudo e a todos… Seus olhinhos abertos e atentos á tudo o que acontecia ao seu redor… ouvindo com atenção as vozes… são muitas novidades, minha vovó! Veio muito cabeludinho, com as bochechas rosadas e um charme cativante de quem já sabe muito bem que é muito amado. Dorme agora tranquilamente…


“Avós são mágicos, em qualquer tempo eles trazem de volta os sabores da infância…” Autor desconhecido

Tanta tecnologia atualmente temos, que recebíamos informações precisas de como estava caminhando tudo durante a gestação. Santas ultrassonografias!Fomos vibrando juntos com cada novidade que surgia. Emoções! Meu neto vai ser filho de meu filho mais velho, que para mim ainda é uma criança, grande… (a meus olhos sempre continuará a ser “uma criança”)… Agora, prestes a se tornar pai. Vai formando a sua família! “Neto” é uma emoção única… uma alegria inexplicável… Uma expectativa nova dia a dia.
E eu, avó de primeira viagem… início a caminhada por essa nova e longa etapa de minha vida. Uma etapa maravilhosa… tão esperada e desejada…. que vem recheada de novos sentimentos… que ainda vou descobrir…



