Aqui me vi exatamente como me sinto. Lindo e profundo o texto da minha amiga Irina Marques! Leiam:
Sou do tipo resiliente otimista e mesmo nos momentos mais difíceis que já enfrentei pela vida, que com certeza me abateram… também sempre acreditei que tudo ia passar, eu aprenderia algo novo… e iria sair dali mais forte e melhor. Tudo tem seu tempo. E cada um tem o seu. E assim aconteceu.
Lembranças trazem “mergulhos profundos”, retalhos de nós que se escancaram e trazem a tona algumas cicatrizes.
Com o tempo sei que sempre estive na hora e nos momentos certos da vida. Tudo no seu devido lugar. Gratidão por isto.
Tenho uma tendência para me esquecer facilmente das coisas, outras vezes não, as coisas marcam de forma a criar cicatriz. Quando olhamos, ela está sempre lá, e muitas vezes é costume esquecermos a história que ela tem para contar. A nossa cicatriz, é apenas nossa e só cabe a nós conseguir entender, desvendar e aprofundar as causas e consequências dela.
Muitas vezes, o que acontece, é as pessoas tomarem as nossas dores, seja por simpatia, empatia ou compaixão. Está certo, num mundo perfeito as coisas deveriam ser assim, talvez num mundo mais sentimental e menos competitivo esta, seria uma utopia perfeita. Acordamos para a vida.
Ontem, dei por mim a escrever, a escrever muito, a escrever tanto que a dor começou a tomar lugar. Questionei, encontrei respostas, voltei a questionar, vi outras perspetivas, tentei pôr-me do outro lado, voltei a escrever – criar personagens, sair da zona de conforto e observar outras realidades.
Aprendizagens que temos no decorrer da vida, por vezes esquecemos ou outras vezes abordamos de forma diferente, com tempo, aprendizagens e, o olhar não é o mesmo de hoje, de ontem, dos meses passados, dos anos… O que escrevo hoje daqui a dois anos pensarei de outra forma, é assim que tem ocorrido, tem sido uma constante. São relatos, pedaços de mim, deixados para trás para que eu própria consiga rastear.
E por ter esta tendência para me esquecer, tenho a mesma tendência a relatar, a testemunhar a minha presença e pensamento através de textos, de reflexões até mesmo para recordar. A memória é a coisa mais falível que temos, se nos lembramos de algo, não é exatamente como foi mas preenchemos essas lacunas para que isso mesmo faça sentido – ora para o bem, ora para o mal.
Nos mergulhos profundos foi onde eu encontrei as melhores explicações, o cerne da questão, a raiz. E nesses mergulhos profundos, não entendia a sua própria profundidade, ainda não entendo, continuo a mergulhar enquando as minhas forças me permitem. E quanto mais mergulho, mais são as descobertas que faço, horizontes que se relevam, testemunhos que tenho que relatar mas já não os exponho. Todos os que expus resolvi apagar, conforme referia, as palavras são minhas mas expostas podem não conseguir manifestar o que cá vai dentro.
Através da expressão e relatos guardados, é o que me permite encontrar, montar as peças e dar forma a tudo o que se passou e se encontra a passar. E muitas vezes esqueço, é verdade que esqueço, lições que aprendi e esqueci, nesses mesmos relatos estão essas lições – constantes, que me lembram – este é o caminho a tomar, ali, vais errar. Não são roteiros rígidos, são apenas registos para não me perder, novamente mas saborear a corrente. As constantes, mantêm-se nos relatos e, permitem-me desviar.
Pedaços de vida que não se compõem aqui, mas sim noutro lugar. As artes, são apenas um testemunho, do que no interno se está a passar.
Tem um texto que gosto muito de um amigo – De Valter Hugo Mãe ( Portugal) para Marcelino Freire ( Brasil) – Sentimentos do Ano 2 da Pandemia, que me toca muito e me faz refletir sobre tantas coisa, leia:
Marcelino, tenho medo de voltar ao seu país porque cresci relutante para ser adulto e sei que me mantenho em tantas coisas apenas uma criança. Julgo que saio à rua ainda com a alegria de encontrar alguém com quem, de algum modo, possa pressentir a alegria que existia quando estávamos apenas a brincar. Eu não sei estar sozinho. Não aprecio a solidão, gosto das pessoas e não há como curar minha natureza para gostar delas. Mas agora tenho medo do seu país que eu amo. Fiquei toda a vida sonhando ser português e brasileiro, para pertencer a Machado de Assis e Fernando Pessoa. Sonhei que meu orgulho teria papel passado, como quem casa consciente, dedicado, de amor profundo, para toda a eternidade. Eu não previ este medo. Fico desolado. Estão proibindo as pessoas de serem negras, Marcelino, proibiram de ser mulheres, Marcelino, agora decidiram proibir de ser criança e eu sabia que haveria alguma coisa que ainda me pegaria. Por isso, há muito que eu já brigava pelos negros e há muito que eu já brigava pelas mulheres, eu já brigava pelos viados todos e pelas pessoas sem explicação, tanta gente que só é, sem ter muito como entender ou fazer entender, e quer apenas estar em paz. Eu dei de barato tanta coisa sobre a paz que talvez tenha esquecido de estudar corações, o verdadeiro lugar da guerra. Sou muito despreparado. Passei pelo tempo buscando o deslumbre e vi a melhor versão de cada instante, não vi que medravam no escuro as piores intenções, os ódios que inviabilizam a humanidade. Eu, sinceramente, não vi, Marcelino. Caminhei nessas ruas todas, tantos Estados, tantas capitais, e eu não dei conta desse ódio. Notei os sorrisos, o samba, o jeito generoso das garotas e de alguns garotos olhando para minha pouca beleza, eu notei os livros, tanta Literatura maravilhosa e a obra do Tunga e Artur Bispo do Rosário bordando as vestes para alindar seu encontro com Deus.
Marcelino, no Brasil eu senti invariavelmente que Deus era possível. Sabe quando você se depara com algo perfeito e isso só pode ser graça de uma inteligência superior? Eu vi uma arara azul gigante, devia ter mais de um metro, e ela era mesmo um atributo mágico do mundo, estava livre no cimo de uma árvore na floresta amazônica. Naquele encontro, eu consumei tudo, Guimarães Rosa e Elza Soares, Tarsila do Amaral e Fernanda Montenegro mais Marília Pêra e Walter Salles, e Darcy Ribeiro… mais Heitor Villa-Lobos, e Cartola com Cildo Meireles e Adriana Varejão. Mais Gal Costa e Mônica Salmaso e Paulo Freire lendo a mão de Chico César genial. Eu entendi que Brasil significa beleza e uma profunda esperança. Juro. Parecia uma experiência mística, como se algum espírito me informasse e eu virasse um mensageiro sagrado. Eu elogiei o Brasil em todas as ocasiões porque eu acreditei, e acreditei que minha mensagem era sagrada. Você acha que um espírito me enganaria? Viria sobre mim de propósito para me iludir?
Marcelino, eu não consumei minha adultez, sou apenas um menino, fui sempre ao seu país para encontrar mais amigos e brincar um pouco de ser feliz. Lembra de gostarmos tanto de Manoel de Barros? Eu sei exatamente a razão de gostar tanto da poesia de Manoel de Barros. Ele usa pássaro e amigos e seus versos foram os melhores brinquedos. Minha história é rigorosamente igual. Não tinha muito mais. Pais, irmãos, amigos, os pássaros voando, versos. O lugar de guardar tudo é o verso. O único sentido de ter verso é amar gente e cuidar de pássaro livre. Estão atirando sobre as crianças e alguém me diz que apenas as negras, são apenas as crianças negras, mas eu duvido que parem por aí. Nós, as crianças mais claras não estamos na linha do tiro? Nem que seja por vergonha, vamos morrer também se não dissermos nada, se não fizermos nada. E se as crianças negras viraram proibidas, que legitimidade teremos nós? Sabe, Gilberto Freyre explicou tão certinho que os portugueses são os mestiços da Europa. Eu tenho sangue árabe, africano e europeu. Sou uma porção de cada coisa e minha pena é não lembrar, só minhas células sabem.
Não deixe que acabem com a maravilha do Brasil. Se resistirmos, nossa delicadeza vai ser uma lição resplandecente. Você sabe a razão para rejeitarem os negros para as periferias? Eu não descobri. As casas do centro não têm tamanho para negros? Eles são maiores? Aumentam quando dormem? Quando sonham? Ficam derrubando paredes, perigando as fundações dos prédios? Eu acho que não. Eu vi um moço entrando na livraria à minha frente, coube na porta melhor do que eu. Você acha que tem alguém obrigando a que ele corra para a periferia depois de pagar o seu livro? Eu não posso acreditar. Que pena que eu não falei com ele, devia ter perguntado. Talvez me contasse de como fica infinito sonhando, ao ponto de perturbar o silêncio, tremer o prédio, causar fumo. Você já pensou se nossos sonhos também fizessem isso? Eu ia querer, Marcelino. Eu ia querer que meus sonhos fossem tão grandes. Mas sonho só com a paz. Estar sossegado com minha família e meus amigos. Notar os pássaros voando. Marcelino, façamos uma jura de não morrer durante o plano de nos matarem. Não somos senão ternuras gigantes, guerreiros açucarados, eu entendi que nós precisamos de um pacto poético para embravecer nossa cidadania. Você, que é meu amigo e escritor que tanto admiro, não me falte nunca desse lado. Cuide de Chico Buarque e de Caetano Veloso, por favor, em qualquer cabeça sã do mundo eles representam o Deus possível. Cuide de Maria Bethânia. De Sônia Braga. Diga a Davi Kopenawa e a Ailton Krenak que a floresta vai sempre amá-los, diga que a arara me garantiu. Marcelino, fico ouvindo Rodrigo Amarante e quase ainda acredito em tudo outra vez (Rodrigo é perfeito. Poderia ser a própria arara). Quase perco o medo. Vista também sua roupa de super-herói e sobreviva. Você tem de manter a maravilha do Brasil. Não deixe que acabem com a maravilha do Brasil. Se resistirmos, nossa delicadeza vai ser uma lição resplandecente, e vamos ficar mais belos que os modelos nos filmes gringos. Vamos, sim, Marcelino.
Haveremos de devolver o futuro às crianças. E seremos sempre futuros também. Só quem desistiu passou a ocupar seu canto no passado. Marcelino, reassumo meu compromisso com a esperança. Vou escolher sempre minha vida como lugar de semente. No meu medo, Marcelino, muita coragem vai germinar.
Acabei de receber da minha amiga Sandra Ferrero, #ameicompartilhei. Estou sentindo falta de mulherar. Neste isolamento só conseguimos papear on-line. Realidade necessária, damos um jeitinho 🤩 pra Mulherar…
As mulheres costumam fazer muitas coisas juntas… Não é raro vê-las em pares ou em grupo no cinema…fazendo compras… viajando… olhando vitrines… andando no parque…indo a shows… a exposições… almoçando… e tudo isso sem parar de conversar (mulher fala, não?!)…
Romances… relacionamentos… rompimentos… perdas… filhos… profissão… roupas… menstruação… tpm… menopausa… exercícios… sexo etc… assunto é que não falta… Uma grande amiga minha chama de “sair para mulherar” essas tantas atividades que fazemos juntas enquanto… ao mesmo tempo… vamos falando da vida…
As mulheres trocam confidências… expõem aquilo que vivem e seus conflitos… bordam e tricotam (literal e metaforicamente)…brigam… acompanham e cuidam umas das outras… numa troca recíproca e coletiva… Nas muitas atividades em companhia das amigas… aparentemente tão triviais… fios da subjetividade de cada uma de nós se entretecem e nos ajudam a virar mulher… a ser mãe… a ser amiga… a casar…a ter filhos… a descasar… a trabalhar… a enfrentar a saída dos filhos de casa… a voltar a namorar… a passar pela menopausa… a envelhecer…a fazer os lutos e tantas outras coisas… A vida seria muito mais dura se não fossem pelas irmãs-amigas… amigas- irmãs… com as quais podemos falar e elaborar tanto as dores como as delícias que vamos experimentando ao longo da estrada…
“Mulherar” ajuda a fabricar tecido psíquico… um tecido que vai sendo bordado coletivamente… criando novos desenhos e novas formas de pensar e dar sentido às nossas vivências e à nossa história.”
Sentindo falta de “mulherar” 🥰
Obs: Parte do Texto da psicanalista Helena Albuquerque, mestre da USP.
Naqueles momentos em que ficamos conosco mesmo… vem muitas coisas no pensamento. O tempo todo… vai e volta. Adoro as vezes o silêncio e a minha companhia, penso em tantas coisas 😉… Este Trecho da peça “Viver sem tempos mortos”, inspirada na correspondência de Simone Beauvoir e Jean-Paul Sartre…. adoro:
(…) Não mais me deitar no feno perfumado ou deslizar na neve deserta. Onde eu exatamente me encontro? O que me surpreende é a impressão de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice. O tempo é irrealizável. Provisoriamente o tempo parou para mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado, eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Hoje, que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar unicamente da maneira mais direta o sabor da minha vida. Unicamente o sabor da minha vida. Acredito que eu consegui fazê-lo. Vivi num mundo de homens, guardando em mim o melhor da minha feminilidade. Não desejei e nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos. (…)
Obs: A peça foi protagonizada por Fernanda Montenegro pela primeira vez em 2012 e reapresentada em 2018.
Este texto foi escrito pela minha amiga do Trabalho 60+, Gersoni de Melo. Adorei 🙌🏻. Me identifiquei! Somos a somatório de tudo que construímos durante ao longo de nossa vida. Leiam:
Eu falhei algumas vezes como filha, como irmã, como mãe, como esposa, como amiga, como cunhada, como tia, como companheira. Nem sempre digo as coisas certas. Não sou a mulher mais bonita do mundo, mas sou eu! Adoro a minha comida. Tenho celulites, estou fora do “peso ideal”. Tenho cicatrizes porque tenho uma história longa. Algumas pessoas me amam, outras gostam de mim, outras simplesmente não me conhecem direito. E se não gostam de mim, não me importa, sobrevivo, sou forte 😉 Fiz coisas boas, outras não tão boas, fiz algumas besteiras. Saio sem maquiagem, perfume e às vezes nem arrumo os cabelos. Não pretendo ser alguém que não sou. Eu sou quem sou, podes amar-me ou não. E se te amo, faço com todo meu coração. Não puxo o tapete de ninguém, sei que todos tem seu lugar no mundo . As vezes sou feliz as vezes não, mas sei que tudo tem o tempo de Deus. Sei que o sol não faz distinção, nasce pra todos. Não sou a melhor pessoa do mundo, mas já melhorei bastante. Já não sou quem eu era. Ainda acredito num mundo melhor. Não me desculpo por ser assim!!! Eu sou ótima. ✌ 😍 Sou feliz simplesmente assim!
Na vida temos várias desafios e oportunidades de aprendizagens. Algumas mais leves outras muito difíceis. Mas é preciso avançar. Já ouviram falar dos setênios? Pode explicar algumas coisas. Todos temos um tempo para mudar. Cada um tem o seu. Gosto muito deste texto de Christina Ferreira, que diz em poucas palavras muitas coisas. Leiam:
Recomeçar é começar de novo. É jogar fora, destruir, remover tudo que não foi bom, que não valeu a pena, que foi feito errado, e com o que sobrou, reconstruir. É fazer novas paredes, no lugar daquelas que os erros encheram de buracos e rachaduras. Até as mais pequenas imperfeições no reboco tem que ser removivas, para que as novas estruturas possam ser sólidas.
Para recomeçar, é preciso ter em mente que tudo que é bom deve ser refeito, revivido. Portas de liberdade, janelas de confiança, assentadas sobre tijolos de verdade e justiça. No teto, uma laje de carinho e perdão, para que possamos ficar ao abrigo das tempestades que a vida fatalmente traz. No chão, um piso seguro e sólido, feito de companheirismo e compromisso, será a base para caminhar de mãos dadas. Nada de querer aproveitar uma meia bancada, ou uma pintura esmaecida.
Afinal, com a vida não se pode brincar. Lembrando apenas dos momentos em que os olhos falaram mais que as palavras, é preciso tomar o outro pela mão e trabalhar. É começar do zero, usando o único material que não se esgota. Ah! O amor.
Quando li este texto pensei em muitas coisas para refletir. Não é a minha visão… Filho sempre é muito bom e com todos os desafios que passamos meu amor só aumenta e sempre tem o gostinho de quero mais. Estar mais perto deles. Ganhamos muito mais do que perdemos! Muitas aprendizagens e plantamos aquilo que colhemos ❤️😍. Leiam:
– Aproveita agora, porque, depois que o seu filho nascer você nunca mais vai ter sossego na vida. Você nunca mais vai dormir.
— Aproveita agora, que ele ainda não tem cólicas noturnas e ainda mama nas horas certas, porque depois a sua vida se transformará num verdadeiro inferno noturno.
— Aproveita agora, que os dentinhos dele não começaram a nascer e, quando isso acontecer não vai ter Nenedent que acalme nem ele nem você.
— Aproveita agora, enquanto ele não engatinha, porque, quando começar a arrasar a casa e a derrubar cadeiras e bibelôs e lustres e a comer jornal, só vai dar dor de cabeça.
— Aproveita agora, antes que ele comece a andar. Aí acaba o sossego. É o perigo de ele bater a cabeça nas quinas das mesas, cair e meter a boca no chão, puxar panela no fogão. É um transtorno, filho andando. Ele correndo pela casa e você atrás.
— Aproveita agora, enquanto ele ainda não está na fase do “Por quê?”, porque depois você não vai conseguir ler nem jornal nem livro e nem ver televisão. E vai ter que explicar sempre o inexplicável.
— Aproveita agora, que ele ainda não sabe ler e pedir o que quiser no restaurante. A única vantagem é você não precisar ficar traduzindo os filmes para ele.
— Aproveita agora, enquanto você programa as férias dele e ele ainda não ouviu falar no Disneyworld, porque você vai ter que pegar filas de duas horas e enfrentar montanhas-russas no escuro.
— Aproveita agora, que ele ainda não é tarado por música, porque, quando ele resolver ouvir “música” na sua casa — com ou sem os amigos —, até os vizinhos mais simpáticos irão reclamar. E não pense que ele vai tocar aquelas músicas do seu tempo, não.
— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na adolescência. Pois, quando entrar, você nunca mais vai ter sossego, nunca mais vai dormir Não se esqueça da íntima relação entre a palavra adolescência e adoecer. Não ele, mas, sim, você.
— Aproveita agora, que ele ainda não está nem fumando maconha e nem acabando com o seu uísque e aquela cervejinha que você tinha certeza que estava na geladeira te esperando do trabalho.
— Aproveita agora, que ele ainda não está andando em más companhias, porque você vai ter que aturar figuras saídas sabe-se lá de onde, com cabelos, brincos e tatuagens que você jamais poderia imaginar um dia conviver.
— Aproveita agora, que ele ainda não tomou nenhuma bomba e você ainda acha que ele é tudo que você sonhou, porque, quando ele repetir de ano, você fará — para você mesmo — a eterna pergunta: “Meu Deus, onde foi que eu errei?”.
— Aproveita agora, que ele ainda não decidiu que faculdade cursar porque a escolha dele não vai nunca coincidir com os planos que você fazia para ele, quando ele ainda engatinhava.
— Aproveita agora, que ele ainda não entrou na faculdade, porque, quando entrar, vai pedir um carro para ele ou usar o seu.
— Aproveita agora, que ele ainda avisa quando vai dormir fora de casa, e você pode dormir sossegado e não pensar em ligações desagradáveis para a polícia, o hospital e, o pior de tudo, para o IML.
— Aproveita agora, que ele ainda não se casou, porque, depois, ele nunca mais vai te visitar a não ser para pedir dinheiro emprestado.
— Aproveita agora, enquanto ele ainda não tem filhos, porque, quando tiver, é você quem vai tomar conta deles nos fins de semana. Seu sossego chegará ao fim, logo agora que você se aposentou.
— Aproveita agora, que ele ainda não se separou da primeira esposa, pois, quando isso acontecer, ele virá morar novamente na sua casa.
— Aproveita agora, que ele ainda te ajuda com um dinheirinho, porque a sua aposentadoria não dá para nada, pois a segunda mulher dele vai ser contra a ajuda.
— Aproveita agora, porque ele está pensando em te colocar num asilo de velhinhos.
Para quem me conhece sabe bem que eu planejo ir morar em Portugal. A pandemia adiou um pouco este meu sonho, pois o momento requer refinar meu planejamento e esperar as coisas melhorarem nos países e no mundo. Momento de cautela. A chegada da vacina só nos deu esperança de que tudo passará em breve. Eu sigo alguns blog/ Instagram/ Facebook e YouTube que pessoas que nos orientam e me atualizam neste sonho… de ir morar em Portugal. Eu pretendo pedir o visto D7, mas existem outras possibilidades. Indico o Erick da Eurodicas e do Cristina do Vamuver. Aqui algumas das perguntas que mais fazem para Erick.
Brasileiros podem entrar ✈️ em Portugal agora? A maior parte dos brasileiros ainda não pode entrar em Portugal. Portugal vive, nesse momento, um novo lockdown para tentar controlar a disseminação do coronavírus no país. No início do ano, o país viveu o pior momento da pandemia, entretanto agora a situação já está sob controle e em poucos dias deve acabar o confinamento. Você pode acompanhar a situação do Covid-19 em Portugal no site do Ministério da Saúde do país. Nesse momento, existem medidas restritivas para a entrada de estrangeiros no país. Brasileiros podem entrar em Portugal portando um teste negativo RT-PCR de Covid-19 feito a no máximo 72 horas e se:
• Tiverem cidadania europeia: caso o brasileiro tenha dupla cidadania de um dos países da União Europeia, é possível entrar em Portugal;
• Tiverem autorização de residência válida para algum país europeu;
• Viajarem para Portugal por questões de saúde ou humanitárias.
Portanto, Portugal tem fronteiras fechadas para o turismo de brasileiros no país e mesmo que tem um visto para entrar no país ainda não pode desembarcar por aqui. As medidas são válidas até o dia 1 de março, quando finaliza o Estado de Emergência vigente no momento, mas ainda não se sabe se esse será prorrogado. Portugal suspendeu voos do Brasil para cá e de cá para o Brasil, a não ser os essenciais e de repatriamento.
Então é hora de desistir de morar em Portugal? Consideramos que não. O momento agora é de planejamento. A vacinação da população continua a ocorrer e o sistema público de saúde está trabalhando para controlar a situação. Portugal vai continuar sendo um país seguro, com excelente qualidade de vida e um dos menores custos do continente europeu, características que atraem muitos brasileiros (como eu!) para cá.
O que é preciso para morar em Portugal? Essa é a pergunta mais recorrente e de maneira bem simples, para morar em Portugal você precisa de:
1. Passaporte válido;
2. Visto (ou cidadania europeia);
3. Planejamento emocional e financeiro.
Abaixo explicamos o passo a passo para obtenção de visto, falamos sobre o custo de vida e o quanto você deve ter para mudar para Portugal.
Visto para morar em Portugal:
O primeiro passo e um dos mais importantes é conseguir um visto adequado para morar em Portugal (caso você não tenha cidadania de nenhum país europeu). Os tipos de visto mais comuns que você pode solicitar são:
• Visto de Estudo;
• Visto de Trabalho;
• Visto de Empreendedor;
• Visto para Startup;
• Visto de Rendas Próprias (aposentados, por exemplo);
• Golden Visa (compra de imóvel).
Você pode ver aqui todos os tipos de visto para Portugal e os documentos necessários para solicitar cada um deles. Se você tem a cidadania portuguesa (ou de outro país da União Europeia), não precisa de nenhum visto para morar na Europa.
Quais os documentos para morar em Portugal? Quando um estrangeiro se muda para Portugal pode ficar bem confuso sobre os documentos necessários no país europeu e isso é extremamente normal. Mas depende de cada caso. De forma geral, os documentos básicos para morar em Portugal são:
• Passaporte válido;
• Visto;
• Seguro Viagem ou PB4;
• Comprovante de capacidades financeiras.
Se você vai levar sua família que não possui cidadania europeia, será necessário fazer o reagrupamento familiar. Veja os documentos necessários para o reagrupamento familiar em Portugal.
Vale a pena morar em Portugal? Em resposta direta, na minha opinião vale sim! Mas isso é a minha opinião, vale para o meu estilo de vida e para os meus objetivos. Você terá que avaliar o seu caso, mas vou dar umas dicas que podem te ajudar.
Para quem vale a pena morar em Portugal:
• Pessoas que dão mais valor a qualidade de vida do que a ganhar muito dinheiro;
• Pessoas que gostam de uma vida mais calma;
• Pessoas que têm ou pretendem ter filhos;
• Aposentados e pensionistas com uma renda razoável.
Para quem talvez não seja um bom negócio:
• Pessoas que gostam de viver em grandes metrópoles;
• Pessoas que querem ganhar um bom dinheiro com trabalhos não técnicos/especialistas;
• Pessoas que não têm um bom planejamento financeiro para se sustentar até que a vida se encaminhe por aqui.
Eu prefiro dizer que você precisa olhar o seu caso e não se basear no meu, porque diariamente falo com pessoas que querem vir morar em Portugal e muitas vezes elas tem expectativas que o país não corresponde. Por exemplo, diferente dos Estados Unidos, aqui ninguém vai conseguir chegar e arrumar um emprego para limpar chão (ou qualquer outro serviço braçal) e através desse emprego vai conseguir ter uma boa qualidade de vida, adquirir imóveis, etc.
Melhor cidade para morar em Portugal: Fazer um ranking com as melhores cidades para morar em Portugal (ou em qualquer outro país) é complicado por que tudo depende do seu estilo de vida. Esse ranking é baseado em qualidade de vida, custo de vida e oportunidade de trabalho.
Claro que você deve levar em consideração o propósito de morar em Portugal para escolher a cidade que vai morar. Se você não quer morar em uma cidade grande, Braga pode se adequar melhor ao seu estilo de vida. Se quer trabalhar com tecnologia em Portugal, provável que tenha que escolher entre Porto e Lisboa, por exemplo. Nós recomendamos que, se for possível, venha para Portugal para conhecer o país e visitar diversas cidades antes de vir de forma definitiva. É preciso sentir a atmosfera do local, perceber se Portugal é mesmo o seu local para chamar de lar e assim evitar que todo o planejamento e investimento seja em vão caso não se adapte.
Quanto dinheiro levar para morar em Portugal? Para saber quanto dinheiro levar para morar em Portugal, primeiro você precisa calcular o seu custo de vida (veja o exemplo no tópico acima) e aplicar uma “fórmula” que é:
(Custo de vida x 6) + (valor do aluguel x 3) = valor mínimo da reserva financeira.
Isso porque, na minha opinião, você deve ter no mínimo 6 meses do valor mensal guardado, para um eventual problema, e o valor de 3 meses do aluguel será necessário para ser “caução” na hora de alugar o imóvel. Portanto, vamos supor que você pretende morar em Braga. O custo de vida para um casal é de pelo menos 800€/mês e vai alugar um apartamento de 1 quarto no centro por 515€. Portanto, você precisaria de 1.545€ de aluguel e caução + 4.800€ para garantir o custo de vida por 6 meses. O total de 6.345€ totaliza por volta de R$41.330 (na cotação do euro de 15/02/2021 a 1€ = R$6,51). E lembramos que esse é o valor mínimo, é sempre bom contar com cerca de 10% a 30% a mais para imprevistos.
O alemão Bert Hellinger tem hoje 93 anos. Já foi padre, largou a batina, casou-se e virou um dos mais respeitados psicoterapeutas e escritores europeus. Mas o cara é polêmico: reconhecido mundialmente pelas Constelações Familiares, ele não restringe seus mergulhos na alma por conta de mimimis. Por isso, às vezes enfrenta a rigidez de certas linhas filosóficas, demolindo-as com tiradas certeiras e desconcertantes.
No limiar de mais um ano, resolvi reproduzir aqui algumas delas, na certeza de que muitos leitores saberão entendê-lo e aplicar seus sábios conselhos. Com a palavra, herrBert Hellinger:
A vida decepciona-o pra você parar de viver com ilusões e ver a realidade. A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante. A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como “É”. A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer. A vida envia pessoas conflitantes para te curar, pra você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro. A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição. A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”. A vida te assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé. A vida lhe distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém. A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo. A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em ti. A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar. A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir. A vida envia raios e tempestades, para acordá-lo. A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer. A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.
A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe. A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre. A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver. A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir. A vida te machuca e te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração. A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los. A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo. A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta… Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste… até que só o AMOR permaneça em ti. Se lá vida 🤩
As vezes pensamos em mudar muitas coisas para o próximo Ano ou quase tudo. Ano novo vem chegando. Mas não precisa de tudo isso, basta ter um olhar positivo sobre o que foi e o que virá. Em 2021 muitas coisas estão por vir… muitas mudanças acontecendo no dia a dia. Algumas boas outras nem tanto. Cabe a nós refletir sobre o que queremos para frente. A pandemia tem nos trazido um novo normal… um novo tempo, muito diferente dos anteriores. Ansiedade pelas vacinas que possa nos protegerão do coronavírus tem sido uma prioridade para todos. Esta cada vez mais perto de acontecer, mas… Como será? Aos poucos vamos descobrindo e nos adaptando. Tudo vai passar! Pra melhor no meu olhar otimista em relação à qualidade de vida. Feliz Ano Novo meus amigos… Que você realize todos os seus sonhos. Muita paz, amor e saúde! Gosto deste texto de Drummond… com um pouco de mim…
Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intençõespara arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novocochila e espera desde sempre.
Texto (extraído do “Jornal do Brasil”, Dezembro/1997) – Carlos Drummond de Andrade