Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
A avó se maquiava no banheiro, sob o olhar atento do pequeno neto, como sempre fazia. Depois de aplicar o batom e se preparar para sair, o garotinho disse: “Mas vovó, você esqueceu de dar um beijo de despedida no guardanapo!” Certamente a vovó nunca pintará a boca novamente sem dar ‘o beijo de despedida’ para o guardanapo.
Meu neto me ligou outro dia para me desejar um feliz aniversário. Ele me perguntou quantos anos eu tinha e eu lhe disse que tinha 64 anos. Meu neto ficou pensativo por um tempo e depois me perguntou: você começou do 1?
Depois de colocar os netos na cama, uma avó vestiu sua velha camisola e chinelos e se preparou para lavar o cabelo. Na medida em que ela ouviu a farra que os meninos faziam, sua paciência se esgotou. Ela enrolou uma toalha na cabeça, entrou como um furacão no quarto e colocou as crianças de volta na cama com uma bronca. Assim que saiu da sala, ela ouviu o menor de todos dizer com uma voz trêmula: Quem era aquela?
Uma avó contou à neta como era sua infância: “Andamos de skate com uma prancha pequena e também tivemos um balanço feito de pneu pendurado em uma árvore em frente à casa. Andávamos em um burro e pegávamos mangas nas arvores. A garota ficou sem palavras me ouvindo. Finalmente ela disse: “Eu deveria ter te conhecido muito antes”.
O neto de uma amiga me visitou um dia e de repente ele disse: — Vovó, você sabe como você e Deus se parecem? E eu, perguntei a ele: — Não, por quê?” E ele me soltou: — Ambos são velhos”.
Uma garotinha estava ocupada digitando no computador do vovô e disse que estava escrevendo uma história. “O que é isso?”, Perguntou o velho. — Não sei, respondeu ela, não sei ler”.
Eu não sabia se meu neto já havia aprendido a reconhecer cores, então decidi dar uma olhada. Então eu estava apontando as coisas e perguntando a ela as cores de objetos. Então, depois de um tempo, sempre respondendo corretamente ele foi até a porta, e me disse: “Vovó, acho que você pode reconhecer essas cores por si mesmo”.
Quando meu neto me perguntou quantos anos eu tinha, brincando, lhe disse que não tinha muita certeza. Ele me aconselhou : — Olhe para a etiqueta da sua blusa, na minha diz 4 a 6 anos.
Eles perguntaram a um garoto de 6 anos onde sua avó morava e ele respondeu: — Ah, ela mora no aeroporto, porque quando queremos vê-la, vamos procurá-la lá. Então, depois que ela nos visita, nós a levamos de volta ao aeroporto.
Meu avô é o mais inteligente de todos! Ele me ensina muitas coisas boas, mas não o vejo com frequência suficiente para me tornar tão inteligente quanto ele. Histórias de AVÓS para AVÓS🤩
Quando viu a mala vermelha, aquela que havia tanto brincado naqueles dias… chegando á porta de saída e a porta se abrindo, com o táxi me esperando, ouviu:
⁃ Vamos nos despedir da vovó, agora.
Tudo se confirmou. João parou, imóvel na porta se encolheu todo por dentro… paralisado, me olhou com os olhos mareados… brotaram lágrimas num choro silencioso, foi como um grito surdo… uma dor sem fim.
Viu e entendeu pela primeira vez que as pessoas vão embora, como assim?Sentiu-se fragilizado… impotente, assim como todos nós, chorou: pai, mãe e avó.
João não podia fazer nada, era uma mistura de sentimentos de partida… de saudades. Chorou inconsolavelmente por 40’… A saudades já mora em mim, faz tempo.
Não há palavras para certas coisas João, você tem razão.
Me fez pensar durante o caminho para o aeroporto, como a distância e a saudades podem ser mais cruéis para as crianças, pois ainda não tem a real dimensão da partida e da chegada… nem da distância ou da saudades.
Não era eu que gostaria de te ensinar ou te fazer perceber isto… não eu, meu João. Isto me quebra toda por dentro.
Quero que saiba que assim como cheguei, fiquei… brincamos e rimos muito… fui embora, sim… por um tempo mas, eu voltarei.
Nos falaremos agora pela internet muitas vezes. E ele sempre me repete: – Vem ó ó… com o sinalzinho do avião em suas mãozinhas. Sim, eu voltarei, em breve!
Todos os dias, quando o seu pai vai buscá-lo na escola… João quer fazer o mesmo caminho em que me encontrou no meio da calçada, com a mala vermelha. E repete… repete… repete… todas as semanas, na esperança de me reencontrar no meio do caminho de volta para casa, assim como eu cheguei um dia.
Nos encontraremos sim. Não hoje, nem agora… mas vamos em breve estar juntos novamente… na mesma calçada. Pode me esperar. Eu voltarei!
Da mesma maneira que te fiz perceber a “partida”… e a “saudades”… também quero te ensinar que “voltamos”… chegamos de volta ao “ponto de partida”. Vais ver!
Mais tarde, quem sabe um dia… quando você crescer mais… eu possa lhe mostrar também que quando não enxergarmos mais o caminho de volta para o ponto de partida… é porque tudo mudou. E muda… as coisas mudam com o tempo, algumas vezes… e nós mudamos também com a vida. Não tenha medo. Construímos pontes, damos outra volta, viramos a página… e vamos chegar no lugar que queremos… num novo lugar… no nosso lugar… e construímos novas histórias…
Tudo ficará bem, pois tudo passa… acredite eu sei do que estou falando. Acredite sempre em você, na sua família e no amor. Isto é o mais importante que temos na vida. Nossas raizes… nosso alicerce.
As Reuniões Portas Abertas foram criadas para você conhecer mais sobre os objetivos do Grupo Mulheres do Brasil e também sobre os Comitês, nos quais poderão se engajar.
Fui nesta semana (6/02/2020 no horário das 14:30 ás 17:00 horas) na primeira reunião do ano deste grupo. Foi realizada na Casa Mulheres do Brasil: Rua Doutor Tomás Carvalhal, 681 – Paraíso – São Paulo.
Conheci vários comitês e o andamento de seus projetos, todos muito interessantes e cheio de propostas muito boas… me apaixonei por vários. Vou escolher os que mais me identifiquei pra fazer parte deles, foram eles:
Conexão Bairros e Comunidades, Expansão, Comunicação, Jurídico, Vozes, Saúde, Políticas Públicas, Meninas do Brasil, Inserção de Refugiados, Inclusão da pessoa com deficiência, 60+, Igualdade Racial, Empreendedorismo, Educação, Cultura, Combate à Violencia Contra a Mulher, 80 em 8.
Conheci também alguns expositores que estavam na casa. Seus trabalhos são executados com muito primor e uma dose extra de amor.
Um deles foi o Saberes no Pano. org (#saberesnopano.org) que fazem livrinhos de pano super criativos para as crianças. Amei!
Os Livros de pano do Movimento de Mulheres do Jardim Comercial, são reconhecidos nacional e premiado internacionalmente. Resgatam também muitas brincadeiras da nossa infância. “Nossa vida se torna mais bela quando aprendemos a conviver com as diferenças…”
Outro foram as que faziam as pequenas bonequinhas Abayomi, que tem uma linda história. Feitas pelos refogados.
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.
O Instituto Amor em Mechas andam transformando vidas, são um grupo que fazem perucas e ajeitam lenços para a cabelo oferecendo para as mulheres. Tem como objetivo contribuir para que mais e mais mulheres em tratamento quimioterápico ou que convivem com a alopecia, continuem a receber as perucas gratuitamente, mantendo sua autoestima elevada.
Sei que cada um tem sua forma de #planejar e de se #organizar. Há 2 anos estou usando #planner (eu adoro).
Nesse post vou mostrar como eu organizo as minhas #atividadesdasemana/ mensal e anual no meu planner e quem sabe, essas dicas podem te ajudar também a montar o seu.
Depois de muito pesquisar encontrei um planner que tinha tudo o que eu queria. Escolhi a dedo usar o #wishplanner, pois adorei o #metodoagora, ele me dá clareza na estrutura e na direção do meu #planejamento. A capa minimalista é incrível.
Está sendo #essencial pra mim que busco uma vida com mais #foco e autonomia por meio de uma organização para atingir o meu #propósitodevida. Adorando fazer meu planner.
Inicialmente fiz uma carta de intenção antecedendo os meus sonhos e desejos para o meu futuro. O que eu quero pra mim em 2020? Quero reler no final do ano pra ver como me sai!
Exercitei meu Autoconhecimento, que me ajudou a construir um mural de inspiração… atrelado na minha “carta de intenção”.
Fiz a roda da vida e vi como estava o meu equilíbrio em relação a diversos áreas: saúde/ espiritual/ hobbies/ relacionamentos/ propósito e legado/ intelectual/,finanças e carreira. Um retrato da minha vida no geral. Onde preciso melhorar logo visualizei e posso trabalhar para melhorar. Muito interessante. Devo repetir durante o ano a cada 4 meses.
Cheguei onde queria os meus desejos do ano que separei como na “roda da vida”. Assim tentei contemplar todas as áreas da minha vida. Foi muito bom fazer está parte.
Em seguida tinha que descobrir minhas prioridades do ano. Num quadro separado por: baixa ou alto esforço- cruzando com alto e baixo impacto. Está construção foi mais difícil, precisei de bastante atenção para encaixar no lugar certo.
Tudo isto feito fui para o PLANO DE AÇÃO. Escolhi 3 objetivos que pretendo alcançar durante o ano. Detalhei bastante: o que, frequência, preciso de, quanto tempo levaria para concluir… o mais completo possível. Assim me ajudaria a realizar os meus propósitos do ano.
Finalmente conclui a primeira etapa do meu planner com o PLANO ANUAL, feito mensalmente só com os destaques principais do ano. Sem detalhar muito aqui. Coloco todos os aniversários da família e amidos aqui, pra não esquecer. Interessante que ainda tem uma parte no final para colocar os livros para ler e lugares pra conhecer… bem legal.
Gosto de ter uma agenda, mas em branco, assim eu posso começar quando eu quiser. Eu coloco os dia e monto cada mês. Me dá mais autonomia de começar quando eu quiser. Comecei então em 24/12/2019.
Agora vamos começar a trabalhar? Como estou fazendo e minhas dicas pra você.
Planejando as minhas rotinas semanais.
A primeira coisa que faço é preencher no planner os #compromissos e as atividades importantes que são #rotineiras na semana, usando cores diferentes para cada tipo delas. Isto me me dá um certo destaque e visualizo melhor e mais rapidamente no geral. Minha distribuição no dia a dia é: Manhã/ Tarde/ Noite.
Faço as #atividades em forma de #listagens, e vou marcando o que fiz. Logo visualizo o que deu ou não deu certo e vejo se vou passar para a próxima semana. Então incluo aquelas tarefas diferenciadas na semana que pretendo fazer.
Deixe anotado também aqueles compromissos incertos, onde escrevo à lápis. Assim evito conflitos de agenda no futuro.
Não gosto de ficar com uma agenda cheia e estressante. Faço escolhas inteligentes e possíveis.
Defino 3 metas para a semana.
No final da página eu defino 3 “metas da semana” e marco com cores diferentes a frequência semanal de como me portei nas #mudançasdehábitos que quero ter este ano. Para que a meta seja eficiente, é importante que elas sejam #objetivosclaros e #mensuráveis.
Eu específico assim: 1)Beber 2 litros de água por dia, 2) Ir3 vezes por semana à academia/ caminhar e 3)Participar 2 vezes por semana de
Movimentos da Terceira Idade, curso com Novas Aprendizagens.
Todos eles se relacionam com o #meupropósito, ou seja, trazem melhoria da minha saúde física e mental, que é um dos meus objetivos deste ano.
Depois de defini-las é a hora de encaixá-los em minha rotina semanal. Para isso, quebro os meus objetivos em atividades menores e bem definidas… e coloco no “planejamento da rotina semanal”, ou seja, do dia a dia.
Isto funciona como um #estímulo para me dar mais #motivação e força de vontade pra chegar lá!
Ao registrá-las no planner percebo que me comprometo com elas, fico mais motivada em cumpri-las. Tem me ajudado muito. E a cada semana que supero, minha confiança aumenta e posso definir futuramente outras metas cada vez mais desafiadoras.
Uma dica para que fique ainda mais fácil de concluir a meta, faça como eu, é colar um post it num lugar que passo com frequência e isto me ajuda a lembrar delas e fazer.
Abaixo incluo meus #agradecimentos desta semana, isto é muito importante para se ter uma visão geral das coisas boas que vivi durante a semana. Sou muito positivista e acredito que traz boas energias pra nós mesmas.
Revejo minhas atividades incompletas, e…
Após a semana terminar, revejo todas as atividades se marquei como concluídas (eu uso um traço).
Da lista de atividades que não finalizei, separo quais delas são importantes ou urgentes e inclua na lista de atividades para a próxima semana. Nesse caso, reveja se elas são realmente #importantes. Analiso se vale a pena adiar ou concluir esta atividade e sua importância assim: me faço as seguintes perguntas:
• Será prejudicial pra mim se eu não fizer isso (ou alguém)?
• Quais os benefícios que vou obter ao finalizar esta atividade?
• Existe uma outra maneira mais simples e fácil de alcançar o mesmo objetivo?
• Dependo de algo ou alguém para finalizar a atividade?
• Quais alternativas que tenho para depender menos dessa pessoa (aqui tudo: inclua família, tempo, amigos etc) e ter mais autonomia ou flexibilidade para terminar a atividade?
Mantenho minhas anotações por perto.
Para não perder minhas anotações e o planejamento da minha vista é importante que eu deixe o planner num local que passo maior parte do seu tempo, escolhi na sala de TV. Mantenho sempre aberto na página da semana atual consulto-o várias vezes ao longo do dia. Apesar de simples, esse simples detalhe faz toda a diferença na minha rotina. Sigo com disciplina.
Anotações, destaques e prazos importantes.
Procure uma forma de destacar no #wishplanner, todas as anotações de eventos, prazos ou lembretes importantes. Faça marcações com canetas coloridas, marca textos, adesivos, colagens, adesivos, carimbos, etc. assim certifico-me que as anotações mais importantes ficarão bem visíveis,evitando que elas se percam no meio da sua lista de atividades. Me ajuda muito pra lembrar.
Estou transformando o meu planejamento pessoal, do Wishplanner em uma jornada incrível!
Alguns exemplos de atividades e anotações para você escrever no seu planner:
1. Viagens, consultas medicas, voluntariado, participação de movimentos e encontros, compromissos em geral;
2. Cursos, provas e aulas fora do horário normal;
3. Relatórios, processos ou trabalhos para serem entregues no dia x: Blog/ Instagram/Facebook posts novos/responder comentários/ enviar e-mail;
4. Aniversários, datas comemorativas, apresentações de filhos/amigos;
5. Coisas que não pode esquecer: presentes, telefonema, banco, correio etc;
Parto agora como sempre com o coração feliz, com nó na garganta e já cheia de #saudades… A #emoção é mútua!
Levo comigo tantas #histórias nossas e muitas registros de fotos e vídeos que serão capazes de preencher a ambos os lados, com doces #lembranças, até nosso próximo #reencontro aqui ou aí… onde for, então será…
Enquanto isso vamos nos falando pela internet, sabendo como estamos indo e seguimos em frente, sim da pra ir matando as saudades assim. A espera se tornará mais fácil.
Sei que criamos nossos #filhos para o #mundo, o que eu não sabia era que ele era tão grande. Nem imaginei o quão longe ele é. Imenso. Do tamanho do infinito!
Ensinei vocês a #sonharem, correrem atrás, criarem asas e #voarem… e assim é!!!!
Cada #desafio encontrado, uma #aprendizagem onde precisamos #repensar muitas vezes… em busca de novos caminhos, #acredite sempre haverá uma sai. Tudo passa! E passa rápido.
Cada #conquista uma #realização, com direito a #gratidão e um brinde. Me realizo assistindo e participando das #realizações de cada sonho por vocês #conquistado. Cada vitória de vocês é minha também… tudo tão nosso.
Nosso João está #desabrochando e descobrindo um novo mundo cheio de sons e cores. Um mundo que ele tem ansiedade e pressa pra experimentar e descobrir tudooo, por dentro e por fora. Parece correr atrás do tempo perdido… não quer esperar… não quer perder tempo. Paciência!!!
Lindo poder presenciar isto tudo de perto, junto com vocês… são para poucos. Temos muito o que brindar nesta etapa da sua jornada. É longa, mas já deu a largada… e está muito veloz. Seus olhinhos espertos e vivos tem um brilho especial. Brilho cheio de #emoção.
Rápido ele aprende e observa tudo. Independente e decidido, resolve tudo que consegue ou pensa que pode. Determinado, persistente e inteligente como seus pais. Atrapalhado como muitos da nossa família, que o torna marca registrada dos nossos. Vou sentir saudades dos seus abracinhos e de ouvir ele chamando — Vem ó ó.
João tem muita sorte de ter vocês como #pais, dizem que escolhemos antes de vir, a #família vamos querer ter… ele não poderia ter escolhido melhor.
É muito bom ele poder estar com vocês num País de primeiro mundo, onde a saúde é levada a sério, e ele poderá ter todos os tratamentos mais modernos, os melhores do mundo. Tudo se encaixando!Ter vocês como pais… atenciosos, #amorosos, #dedicados, preocupados, atentos, trabalhadores, persistentes, pacientes, informados, corajosos e #resilientes… ele não poderia ter escolhido melhor. Parabéns pelo empenho de vocês, continuem assim dialogando, #companheiros de viagem… parceiros em tudo, se #amando, se #protegendo, #cuidando e se #respeitando sempre. João só terá do que se orgulhar.
Família é o bem mais preciso que temos na #vida!
Foi um previlégio poder participar de tantas coisas boas com vocês… Este foi um grande ano.
Obrigada por tudo, desculpa alguma coisa… sabe como é tanto tempo junto, as vezes dá umas estressadinhas rsrsrs.
Saiba que o tempo que estivemos juntos, foram pra mim únicos e #maravilhosos. Inesquecíveis! Nossos bons #momentos ficam para sempre na #memória do coração.
Poucas #mães tem o previlégio de poder conviver por tanto tempo com a família dos filhos depois que se casam… certamente não assim, dia e noite e por tanto tempo juntos.
Deus nos deu a #distância e a saudades, sim não podermos estar juntos sempre que quisermos ao vivo e a cores durante os meses. Mas… nos reservou algo bem melhor. Corações e mente sempre unidos pelo #pensamento e pela alma… Ele nos deu de presente, algo muito maior… de tempos em tempos temos muito mais que a maioria das pessoas tem. Nos deu momentos juntos que são vividos com tanta intensidade, cheios de ternura, cuidados e amor como nunca pensamos ter.
Tudo isso é capaz de preencher nossos corações e guardar eternas #lembranças. Descobri que há momentos em nossa vida que bem o tempo é capaz de apagar. Muitas histórias construídas.
Sinto-me #abençoado por isto é tantas outras coisas que recebemos. Gratidão!
Que Deus os abençoe e proteja. Até breve. Se cuidem. Amo vocês.
PS: Cortou meu coração ver nosso Joãozinho chorar com tanto sentimento e pureza. Espero que ele compreenda que em breve estaremos juntos novamente. ❤️😍
“A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração”. Fênix Faustine
Os avós nunca morrem, tornam-se invisíveis e dormem para sempre nas profundezas do nosso coração.
Ainda hoje sentimos a falta deles e daríamos qualquer coisa para voltar a escutar as suas histórias, sentir as suas carícias e aqueles olhares cheios de ternura infinita.
Sabemos que é a lei da vida, enquanto os avós têm o privilégio de nos ver nascer e crescer, nós temos que testemunhar o envelhecimento deles e o adeus deles ao mundo. A perda deles é quase sempre a nossa primeira despedida, e normalmente durante a nossa infância.
Os avós que participam na infância dos seus netos deixam vestígios da sua alma, legados que irão acompanhá-los durante a vida como sementes de amor eterno para esses dias em que eles se tornam invisíveis.
Hoje em dia é muito comum ver os avôs e as avós envolvidos nas tarefas de criança com os seus netos. Eles são uma rede de apoio inestimável nas famílias atuais. Não obstante, o seu papel não é o mesmo que o de um pai ou de uma mãe, e isso é algo que as crianças percebem desde bem cedo.
O vínculo dos avós com os netos é criado a partir de uma cumplicidade muito mais íntima e profunda, por isso, a sua perda pode ser algo muito delicado na mente de uma criança ou adolescente. Convidamos você a refletir sobre esse tema conosco.
O adeus dos avós: a primeira experiência com a perda
Muitas pessoas têm o privilégio de ter ao seu lado algum dos seus avós até ter chegado à idade adulta. Outros, pelo contrário, tiveram que enfrentar a morte deles ainda na primeira infância, naquela idade em que ainda não se entende a perda de uma forma verdadeiramente real, e onde os adultos, em certas situações, a explicam mal na tentativa de suavizar a morte ou fazer de conta que é algo que não faz sofrer.
A maioria dos psicopedagogos diz de forma bem clara: devemos dizer sempre a verdade a uma criança. É preciso adaptar a mensagem à sua idade, sobre isso não há dúvidas, mas um erro que muitos pais cometem é evitar, por exemplo, uma última despedida entre a criança e o avô enquanto este está no hospital ou quando fazem uso de metáforas como “o avô está em uma estrela ou a avó está dormindo no céu “. É bom saber:
É preciso explicar a morte às crianças de forma simples e sem metáforaspara que elas não criem ideias erradas. Se dissermos a elas que o avô foi embora, o mais provável é a criança perguntar quando é que ele vai voltar.
Se explicarmos a morte à criança a partir de uma visão religiosa, é necessárioincidir no fato de que ele “não vai regressar”. Uma criança pequena consegue absorver apenas quantidades limitadas de informação, dessa forma, as explicações devem ser breves e simples.
As crianças irão nos fazer muitas perguntas que precisam das melhores e mais pacientes respostas. A perda dos avós na infância ou na adolescência é sempre algo complexo, por isso é necessário atravessar essa luta em família sendo bastante intuitivos perante qualquer necessidade dos nossos filhos.
§ Embora já não estejam entre nós, eles continuam muito presentes
Os avós, embora já não estejam entre nós, continuam muito presentes nas nossas vidas, nesses cenários comuns que compartilhamos com a nossa famíliae também nesse legado verbal que oferecemos às novas gerações e aos novos netos e bisnetos que não tiveram a oportunidade de conhecer o avô ou a avó.
Os avós seguraram as nossas mãos durante um tempo, enquanto isso nos ensinaram a andar, mas depois, o que seguraram para sempre foram os nossos corações, onde eles descansam eternamente nos oferecendo a sua luz, a sua memória.
É também importante ter em conta que a morte não é um tabu e que as lágrimas dos adultos não têm que ficar ocultas perante o olhar das crianças. Todos sofremos com a perda de um ente querido e é necessário falar sobre isso e desabafar. As crianças vão fazer isso no seu tempo e no momento certo, por isso, temos que facilitar este processo.
A presença deles ainda mora nessas fotografias amareladas que são guardadas nos porta-retratos e não na memória de um celular. O avô está naquela árvore que plantou com as suas próprias mãos, e a avó no vestido que nos costurou e que ainda hoje temos.
Estão no cheiro daqueles doces que habitam a nossa memória emocional. A sua lembrança está também em cada um dos conselhos que nos deram, nas histórias que nos contaram, na forma como amarramos os sapatos e até na covinha do nosso queixo que herdamos deles.
Os avós não morrem porque ficam gravados nas nossas emoções de um modo mais delicado e profundo do que a simples genética. Eles nos ensinaram a ir um pouco mais devagar e ao ritmo deles,a saborear uma tarde no campo, a descobrir que os bons livros têm um cheiro especial e que existe uma linguagem que vai muito mais além das palavras. É a linguagem de um abraço, de uma carícia, de um sorriso cúmplice e de um passeio no meio da tarde compartilhando silêncios enquanto vemos o pôr do sol. Tudo isso perdurará para sempre, e é aí onde acontece a verdadeira eternidade das pessoas.
No legado afetivo de quem nos ama de verdade e que nos honra ao recordar-nos a cada dia.
Déa Januzzi, nos presenteando com mais uma bela crônica, leia:
Um dia, ainda vou construir um asilo para velhos. Mas a primeira medida que vou tomar será achar um outro nome para asilo, que não lembre morredouro, como proclamou Simone Beauvoir, no livro Envelhecer, para definir um lugar onde os velhos são depositados para morrer. Não vou mudar só o nome, mas também a filosofia. Vou pintar as paredes do asilo com as cores do arco-íris, abusar dos amarelos, laranjas e vermelhos. Vou abolir os azulejos brancos, insípidos, frios como lápides. Colocar girassóis nas janelas. Vou plantar grama por toda a parte interna da casa, para que os velhos andem descalços e sintam a relva roçar os pés como cócegas.
No asilo que vou construir haverá quintal, jardins e árvores por todos os lados. As janelas estarão sempre abertas para o vento que vai entrar pelos cômodos, passear pelos cabelos dos idosos, levantar as saias e os chapéus, arejar os corações com o aroma das manhãs. Colocarei uma fonte luminosa em cada corredor. Nada de bingo e orações em excesso. Os idosos da minha comunidade vão pintar sóis ao despertar de cada dia, com os próprios pés, que serão mergulhados em baldes de tinta. O ritual será como um escalda-pés de cores. Vou ungir os velhos com a minha fé num mundo novo. No meu asilo, que definitivamente não terá esse nome, não permitirei capelas por todos os lados, como se os idosos já estivessem à beira da morte. Nada de missa demais, cânticos de qualquer igreja, com honrosa exceção para o canto gregoriano dos monges beneditinos, pois os idosos precisam de bancos ao ar livre e não de sepulcros.
Vou pintar o teto de azul e colocar estrelas fosforescentes, para que eles durmam com os olhos nas constelações. Não haverá escuridão nem gritos depois que as luzes se apagarem, mas o brilho das estrelas do teto, sob o ruído suave e persistente das fontes. Todos os idosos poderão ter um animal de estimação, um pássaro, uma tartaruga, um cão, um gato. Mesmo que de pelúcia. Todos poderão verter lágrimas. O choro será livre, em nome dos filhos que os abandonaram sem deixar endereço. Haverá o dia de chorar pelos filhos que enterraram os pais vivos nos asilos. Neste dia, todos os idosos poderão xingar, gritar, deixar toda a raiva sair para fora, como um mar de ondas revoltas.
Os almoços serão sempre festivos e a comida terá um sabor especial, com temperos suaves. Não dispensarei alho, cebola, manjericão, alecrim, sálvia, salsinha, cebolinha. Com gosto de viver, para que o paladar se torne cada vez mais apurado. Nada de pratos de alumínio ou de plásticos. Os idosos vão comer em pratos que escolherão. Haverá o dia da sobremesa que tem gosto de infância, como ambrosia, arroz doce, bala delícia, brigadeiro, amor em pedaços.
O café da manhã será uma celebração. Amanhecer na velhice é mais do que um privilégio, é festejar mais um dia de vida, mais uma dádiva, que será posta na mesa junto com o café com leite, pães feitos por Magui, no Sítio Sertãozinho, com ervas e boas intenções, além de iogurte, cereais, mel e frutas. O café da manhã vai durar uma eternidade. Será uma espécie de ritual, com músicas da nova era para despertar os sentidos. Depois, haverá aulas de alongamento e todos irão para o jardim, tomar sol e brincar. Haverá até um quarto de brinquedos, pois os velhos se tornam crianças. É a idade do desconhecimento, de falar e de fazer o que tiver vontade. Que o diga dona Conceição, de 75 anos, que vive num asilo da capital. Ela não se desgruda de uma enorme boneca de borracha. Ela só encontrou a paz da velhice, depois que teve uma boneca entre os braços, para cuidar, proteger, ser útil. A boca entreaberta da boneca revela que Conceição não a deixa com fome. Pedacinhos de pão escorregam pela boca da bonequinha.
No meu asilo, que não terá esse nome definitivamente, não será pecado envelhecer, ter rugas e cabelos brancos. Para isso, vou pedir ajuda aos contadores de história, aos Doutores da Alegria, aos Anjos da Dança, aos terapeutas de Alexandria e holísticos, aos tanatologistas, aos psicólogos das oficinas da memória, aos mágicos, palhaços, aos artistas, para que se revezem no ofício de transmutar a vida. No meu asilo, que não terá esse nome definitivamente, os velhos vão poder namorar, casar, separar, porque o sexo não é coisa de jovem. O desejo não envelhece nunca.nem morre. Haverá bangalôs para os casais enamorados, a praça do footing, da pipoca e do algodão-doce e até um parque de diversões, com lago e patos. Haverá saraus de poesia, com declamação de poemas longos, infindáveis.
Os jovens farão de seus braços bengalas para os velhos. Juntos, eles caminharão pelas alamedas, serão companheiros nessa viagem pelo tempo de viver. O passado e o futuro, sem confronto, porque o respeito será traduzido em abraços, rodas de conversas, música, malabarismo e até fogueiras nas noites de inverno, com canjica, quentão e quadrilha. E, quem sabe, um copo de vinho tinto. Haverá óleos essenciais para massagens curativas. Os corpos dos velhos exalarão o doce perfume de sândalo.
Eles poderão rabiscar as paredes. Cada morador dessa comunidade poderá levar para o seu quarto, lembranças de antigas casas: panelas, porta-retratos, quadros, cadeiras de balanços, xícaras de porcelana, cristais, álbuns de fotos, linhas, baús, xales, tudo o que levar ao aconchego, todas as recordações afetivas. Ninguém poderá destituir os mais velhos de seus pertences e recordações. Nessa comunidade, com certeza, eu levaria até a minha mãe, para morar no andar debaixo do meu sótão, bem junto de mim. Quando eu estiver lá em cima, escutarei o barulho da cadeira de balanço a ranger ternura, exalar história e sabedoria por todas as frestas desse asukim que não terá esse nome nem cheiro de solidão.
Esta crônica foi publicada originalmente no jornal Estado de Minas.
“A vida é tão perfeita que nos dá a chance de recomeçar a todo instante”. Andreza Filizzola
“Gostaria de te desejar muitas coisas. Mas nada seria suficiente. Então, desejo apenas que vocês tenham muitos desejos… Desejos grandes! E que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo de sua felicidade!” (Drummond).
Hoje é o aniversário do nosso casamento, 15 anos juntos…. com meu amor, amigo e companheiro… da pessoa mais importante que preenche minha vida, meu coração e minha alma! Parabéns maridinho. Parabéns família! Sabe preciso contar algumas coisas pra você (s)…
Valeu a pena conhecer você… Valeu a pena ter deixado o destino nos fazer encontrar, na hora certa… um momento único! Valeu a pena ter correspondido ao primeiro impulso… Valeu a pena ter ultrapassado barreiras… Valeu a pena acreditar que podia dar certo e ter seguido em frente… Valeu a pena ter tido paciência… e esperança! Valeu a pena ter tido compreensão… ter recebido e dado tanto amor… Valeu a pena ter feito amor… e ter me doado completamente a você e aos seus filhos… Valeu a pena ter cuidado dos meus filhos… dos seus filhos… dos nossos filhos!
Valeu a pena ter dado uma chance ao destino de nos conhecermos melhor… e nos entregarmos de corpo e alma… Valeu a pena juntos termos reconstruído nossas famílias… Valeu a pena ter escolhido você pra caminhar comigo… seguir a vida… construir uma nova história… a nossa história!
Valeu a pena superarmos os problemas juntos… tentar e tentar… Valeu a pena cada um dos desafios enfrentados… desafios que nos fortaleceram… e juntos tentamos supera-los… erramos e acertamos tantas vezes… E foram (que são) tantas!!!! Insistimos e superamos todos juntos… e os desafios nos levaram longe… ainda estamos adquirindo nossas aprendizagens! Refizemos e construímos uma nova família, a nossa família… linda, pulsante, viva, intensa… com toda a imperfeiçoes que a vida nos proporciona … mas tudo baseada no amor e na compreensão. Continuamos aprendendo ainda todos… dia a dia!
Valeu a pena tudo! Tudo isso mesmo… valeu a pena!!!
Quero que saiba meu amor (e todos da nossa família) que valeu e vale muito a pena sim estar compartilhando minha vida com você (s)… Vale a pena tudo que somos, quando estamos juntos! Somos todos loucos… uns pelos outros!
Vale a pena amadurecer e envelhecer junto com você… é uma benção, só tenho o que agradecer. Vale muito a pena, tudo mesmo!
Com vocês, nossos filhos adorados nos completando ainda mais: Bruno, Michelle, Ca e André.
Amo muito a nossa família, que agora vem crescendo… com os netinhos chegando João Pedro, Eva e Noah… lindos e maravilhosos, nos completando ainda mais, alegrando mais ainda tudo o que já tínhamos… Tudo floresce da melhor maneira que poderíamos ter e ser… é a vida que se transforma e renova.
Vale muito a pena, tudo mesmo!
Com vocês sempre junto conosco, e vem completando e aumentando com suas famílias… Bruno e Vanessa; Michelle e Fabio; Cá e Renaud… só tenho a agradecer.
Vale a pena brindar a vida com você… Nossa vida esta perfeita do jeitinho que é! Confesso que faria tudo novamente, igualzinho!!!
Te amo muito viu Zé?
E vocês nossos meninos! As suas famílias… aos nossos queridos netinhos… Um brinde a todos nós!
“Aprende a viver bem, e bem saberás morrer.” Confúcio
A morte, embora seja certa, talvez a nossa única certeza, ainda é um grande tabu. É só começar a falar sobre o assunto, pra alguém logo dizer: “ih, que conversa baixo astral”. Se você acha que estou brincando, faça a experiência e levante o assunto numa roda. A questão é que o mundo está envelhecendo e, sem a menor dúvida, esse será tema cada vez mais frequente.
A nossa sociedade não foi educada para receber a morte, costumamos não falar ou simplesmente afastar o pensamento tipo: Ah, nem vamos tocar nesse assunto.
Pioneira em cuidados paliativos, britânica Kathryn Mannix defende que deixemos de usar eufemismos ao falar da morte e passemos a conhecer os estágios naturais do processo para aprendermos a lidar com eles.
Para a Dra. Kathrin Mannix, especialista em cuidados paliativos, em lidar com pacientes que estão em estágio terminal, há uma explícita “negação” da morte nesse mundo em que vivemos. “Acho que é hora de voltar a falar da morte e recuperar essa sabedoria” – afirma a médica (à BBC Brasil):
“Na minha humilde opinião, morrer não é tão ruim quanto se pensa.”
Essa é a visão da morte por Kathryn Mannix, médica britânica pioneira em cuidados paliativos, que dedica sua carreira a tratar pacientes com doenças incuráveis nos últimos estágios de sua vida.
Para a autora do livro With the End in Mind: Dying, Death, and Wisdom in an Age of Denial (“Com o fim em mente: morrer, morte e sabedoria na era da negação”, em tradução livre), a sociedade nos leva a evitar falar desse processo e a substituir a palavra “morte” por eufemismos.
E isso torna muito mais difícil lidar com a perda de um ente querido, argumenta Mannix. A BBC Ideas, plataforma da BBC que explora ideias questionando verdades estabelecidas, traz seu depoimento:
“Nós deixamos de falar sobre a morte. Deixamos de usar a palavra ‘morrer’ e passamos a usar outras similares”.
Em vez de ‘morto’, dizemos ‘falecido’. Em vez de dizer que alguém está morrendo, dizemos que ele está “muito doente”.
“Eufemismos dificultam a perda de um ente querido”, diz Mannix
Quando se usam essas palavras, as famílias não entendem que está se aproximando o momento da morte.
Isso é um grande problema porque, quando a família está junto ao leito de alguém prestes a morrer, não sabe o que dizer entre si ou para o próprio doente, que também não sabe o que dizer ou o que esperar.
Trata-se de uma cena marcada por tristeza, ansiedade e desesperança. E, na minha humilde opinião, não precisa ser assim.
Acho que perdemos a imensa sabedoria humana de aceitar a morte de um modo normal. A única certeza que temes desta vida é que um dia vamos morrer.
Acho que é hora de voltar a falar da morte e recuperar essa sabedoria.
Como é morrer normalmente? Assim como nascer, é apenas um processo. Gradualmente, a pessoa vai se cansando, se esgotando.
À medida que o tempo passa, ela vai dormindo mais, passa menos tempo acordada.
A família pode ir aprendendo sobre os melhores momentos para dar os medicamentos (ao paciente) ou deixar as visitas entrarem.
Pode acontecer de visitantes ou familiares encontrarem o paciente dormindo. E muitas vezes pode estar acontecendo uma mudança que é pequena, porém muito significativa.
“A morte normal é realmente um processo tranquilo – algo que podemos reconhecer, para o qual podemos nos preparar e algo com o que podemoslidar”, diz Mannix.
É que, em vez de estar dormindo, a pessoa pode estar temporariamente inconsciente. Não podemos acordá-la nem dar a ela o medicamento. Não podemos dizer que chegou uma visita. Ainda assim, quando ela acorda, ela conta que teve um bom sono.
Então ficamos sabendo que esse estado de coma não foi aterrorizante. Simplesmente não percebemos esse lapso à inconsciência no momento em que ele ocorre.
Som da morte
À medida que o tempo passa, essa pessoa passa menos tempo acordada, mais tempo dormindo, até que, no final, fica inconsciente o tempo todo.
“As pessoas falam desse som da morte como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, me diz que o paciente está tão profundamente relaxado, e em um estado de consciência tão profundo, que sequer a saliva na gargantao incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões”.
Essas pessoas estão tão relaxadas que nem se darão ao trabalho de pigarrear, limpando a garganta, então pode ser que a respiração passe por pequenas quantidades de muco ou saliva na parte de trás da garganta.
Isso pode causar um ruído estranho, que muitos chamam de ‘estertor da morte’ ( death rattle , em inglês).
As pessoas falam desse som como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, me diz que o paciente está tão profundamente relaxado, e em um estado de consciência tão profundo, que sequer a saliva na garganta o incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões.
Então, bem no finzinho da vida, haverá um período de respiração superficial, e uma expiração que não será seguida por uma inspiração.
Às vezes é algo tão suave que os familiares sequer percebem.
Por isso, a morte normal é realmente um processo tranquilo – algo que podemos reconhecer, para o qual podemos nos preparar e algo com o que podemos lidar.
“Sabemos que esse estado de coma (que precede a morte natural) não é aterrorizante. Simplesmente não percebemos esse lapso à inconsciência no momento em que ele ocorre”.
E isso deveria ser algo a ser celebrado. Algo com o que podemos nos consolar uns aos outros.
Mas por muitos considerarem indelicado falar sobre a morte, isso virou, de fato, o segredo mais bem guardado da medicina.
Por isso, na minha opinião, “morrer é algo que deveríamos recuperar, algo sobre o que deveríamos falar e nos consolar mutuamente.”
Assista em inglês, vídeo original com a entrevista.